"O PSD e o CDS pretenderam marcar nova reunião para a semana, demonstrando que a vontade sobre o apuramento da verdade esbarrou com a vontade de tornar esta comissão num número de circo", afirmou aos jornalistas o deputado Miguel Tiago, no final de uma reunião de mesa e coordenadores da comissão, realizada à porta fechada.
Segundo o deputado comunista, o PSD e o CDS-PP "queriam exacerbar os poderes da comissão de inquérito", ao apresentarem requerimentos para que as comunicações trocadas entre o ministro das Finanças, Mário Centeno, e o ex-presidente da Caixa Geral de Depósitos (CGD) António Domingues fossem usadas na comissão parlamentar, algo que a esquerda (PS, BE e PCP) chumbou formalmente na reunião de quarta-feira.
"Como não conseguiram fazer número, introduziram agora nova perturbação que adia novamente o avanço dos trabalhos", salientou.
A reunião de hoje foi inconclusiva, pelo que foi reagendado novo encontro para terça-feira, informou o presidente em exercício da comissão, Paulo Trigo Pereira (PS).
O deputado socialista, que assumiu a liderança desta comissão após o anterior presidente, José Matos Correia (PSD), ter renunciado hoje ao cargo, fez uma breve declaração aos jornalistas no final da reunião que demorou cerca de uma hora.
Segundo Trigo Pereira, o objetivo da reunião de hoje foi saber se havia informação sobre o novo presidente da comissão por parte dos partidos (PSD e CDS-PP) que, por terem imposto esta comissão de inquérito à Caixa Geral de Depósitos (CGD) de forma potestativa, têm o dever de nomear o seu presidente.
Como não houve uma nomeação, Trigo Pereira reagendou para a próxima terça-feira, às 15:00, nova discussão sobre este assunto.
"São os partidos proponentes que têm a responsabilidade de nomear o presidente da comissão. Pela minha parte, considero que as funções que assumi serão limitadas no tempo e não vão estender-se até ao final do prazo da comissão, a 26 de março", sublinhou.
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