Numa reunião que contará com a participação presencial do seu homólogo ucraniano, os ministros dos Negócios Estrangeiros dos 27 deverão escutar de Dmytro Kuleba as necessidades mais urgentes das forças armadas ucranianas face à esperada ofensiva da primavera que a Rússia poderá lançar, devendo focar-se na questão das munições.

No sábado, intervindo na Conferência de Segurança de Munique, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, apelou a uma aceleração da produção de armamento convencional, como munições, de que Kiev “precisa desesperadamente”, e sobre a mesa voltará a estar a possibilidade de os Estados-membros da UE avançarem para compras conjuntas.

A Estónia, país báltico na vanguarda do apoio à Ucrânia, apresentou aos seus parceiros uma proposta quantificada: uma dotação de quatro mil milhões de euros dos Estados-membros ao Mecanismo Europeu de Apoio à Paz, o instrumento que tem sido utilizado há praticamente um ano para a compra e fornecimento de armamentos para a Ucrânia.

Os 27 também irão discutir o décimo pacote de sanções à Rússia, com base na proposta apresentada na semana passada pela Comissão, e que abrange tecnologias críticas para a máquina de guerra russa, num montante total estimado em mais de 11 mil milhões de euros, e visa também a “máquina propagandista” do Kremlin.

Este pacote, que a UE quer adotar esta semana para assinalar o primeiro aniversário do início da agressão militar russa, que se cumpre na próxima sexta-feira, 24 de fevereiro, contempla bens industriais de que a Rússia necessita, como equipamentos eletrónicos, veículos especializados, peças de máquinas e motores, peças sobressalentes para camiões e motores a jato.

Por outro lado, a lista de indivíduos e entidades alvo de medidas restritivas deverá ser alargada, pela primeira vez, a entidades iranianas, incluindo aquelas ligadas à Guarda Revolucionária do Irão, por Teerão estar a fornecer à Rússia drones que têm sido utilizados para atacar infraestruturas civis na Ucrânia.

Num almoço de trabalho, os 27 vão ainda reunir-se com o vice-primeiro-ministro e ministro dos Negócios Estrangeiros e da Integração Europeia da Moldova, Nico Popescu.

Portugal está representado na reunião pelo ministro João Gomes Cravinho.