Em declarações aos jornalistas na Assembleia da República, André Ventura afirmou que o partido pediu a "reserva da Sala do Senado para fazer uma sessão solene do dia 25 de novembro".

"Para o 25 de novembro deste ano haverá uma sessão solene - pelo menos assim foi pedido por nós - no Senado da Assembleia da República, replicando a sessão solene do plenário, onde não nos é permitido fazer qualquer sessão solene, e convidaremos para isso todos os partidos que se queiram juntar para celebrar o 25 de novembro na Assembleia da República", indicou.

Para esta "sessão solene paralela, que espera poder realizar", o Chega vai convidar "todos os deputados da Assembleia da República".

Questionado se o presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, será convidado a presidir a essa sessão, André Ventura respondeu: "Como nós não o reconhecemos como presidente da Assembleia, não".

Já nos 50 anos do 25 de novembro, que se assinalam em 2025, o líder do Chega antecipou que o Chega convocará uma manifestação junto ao parlamento "se o PS, o PCP e o BE insistirem em não permitir a celebração" desta data na Assembleia da República.

"Não celebrar o 25 de novembro é uma tremenda injustiça para aqueles que o fizeram, para aqueles que lutaram e até para muitos socialistas que estiveram envolvidos no processo. É uma imensa traição à história que este PS comete, apenas para agradar ao BE e ao PCP", defendeu.

O tema da inclusão da operação militar do dia 25 de novembro de 1975 no programa oficial de comemorações parlamentares dos 50 anos da Revolução dos Cravos de 1974 surgiu na quarta-feira no período de declarações políticas no parlamento, com a Iniciativa Liberal a responsabilizar Augusto Santos Silva por não constar nessa programação.

O presidente da Assembleia da República tomou a palavra para insistir na ideia de que o programa oficial do parlamento resultou de um consenso entre todos os partidos, que estão representados na comissão organizadora das comemorações parlamentares, presidida por si próprio, e que esta comissão "toma decisões por consenso", o que significa que "não havendo unanimidade, nenhum grupo parlamentar se opõe".

Santos Silva acrescentou que a comissão parlamentar organizadora "trabalha segundo as orientações que recebeu da conferência de líderes", que consensualizou as linhas orientadoras das comemorações e que o facto de o 25 de novembro não estar incluído não foi uma decisão sua.