O caso de Kaavan — um elefante de 36 anos com excesso de peso — causou polémica entre grupos de defesa dos animais, que solicitaram a sua transferência de um jardim zoológico de Islamabad, acusado de oferecer más condições e cuidados.

A causa foi promovida numa campanha nas redes sociais pela cantora Cher, que viajou até ao Paquistão.

Com uma máscara preta, Cher foi vista no aeroporto de Siem Reap, no noroeste do Camboja, e acenou com entusiasmo depois da aterragem do avião.

A tão esperada viagem de Kaavan aconteceu "sem incidentes", disse Amir Khali, veterinário do grupo de bem-estar animal Four Paws, acrescentando que se comportou "como um viajante frequente".

"Kaavan comeu, não estava stressado. Estava até um pouco adormecido, de pé, apoiado na parede da jaula", relatou.

O animal será transportado de Siem Reap para a província vizinha de Oddar Meanchey, onde um santuário de vida selvagem com 600 outros elefantes o vai acolher.

Conhecido como o "elefante mais solitário do mundo", ele vivia em condições muito precárias no centro da capital paquistanesa.

"O Camboja tem o prazer de receber Kaavan. Ele não será mais o elefante mais solitário do mundo", disse o vice-ministro do Meio Ambiente, Neth Pheaktra, à AFP.

Kaavan era o único elefante da Ásia no Paquistão. Os outros, muito poucos, eram paquidermes de África.

A administração do jardim zoológico negou que o animal tenha sido maltratado e considerou que o seu estado se devia ao facto de estar à espera de uma nova companheira, após a morte de Saheli. Esta última morreu de gangrena, em 2012.

Especialistas internacionais observaram que Kaavan apresentava um comportamento estereotipado: com frequência, apenas roda a cabeça e o tronco de um lado para o outro, durante horas, o que levantou questões sobre a sua saúde mental.