"Resolver de maneira pacífica a [questão nuclear da península coreana] através do diálogo e de negociações, representa a única opção correta, realista e viável", afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, antes de uma reunião do Conselho de Segurança sobre a Coreia do Norte e presidida pelo secretário de Estado norte-americano, Rex Tillerson.

Wang Yi defendeu a necessidade da "desnuclearização da península e a manutenção do regime internacional de não-proliferação nuclear", a fim "de evitar o caos" na região.

O ministro chinês voltou a apresentar uma proposta já sugerida anteriormente por Pequim, que indicia que os programas militares nuclear e balístico da Coreia do Norte sejam congelados. Como medida de troca, os exercícios militares entre os Estados Unidos e a Coreia do Sul, consagrados num tratado de aliança, seriam descontinuados.

O chefe da diplomacia chinesa considera que se trata de uma oferta "sensata e razoável". Também fez questão de frisar que existe vontade em dar continuidade às conversações conjuntas entre a Coreia do Norte, Coreia do Sul, Japão, Rússia, Estados Unidos e China. O diálogo durou de 2003 a 2009, sem sucesso.

Após semanas de ameaças recíprocas, designadamente a admissão por Washington de uma ação militar, a administração de Donald Trump – no poder desde 20 de janeiro – alterou recentemente a sua estratégia e parece agora privilegiar a diplomacia em detrimento da força.

Porém, esta sexta-feira, o secretário de Estado norte-americano, Rex Tillerson, em entrevista à rádio pública norte-americana NPR, afirmou que os Estados Unidos não excluem um diálogo direto com a Coreia do Norte sobre o programa nuclear de Pyongyang.

“Claramente, essa seria a forma de que gostaríamos para resolver isso”, disse, interrogado sobre eventuais negociações diretas com o regime norte-coreano.

No entanto, assinalou que Pyongyang deverá estar preparado para discutir a desnuclearização da península coreana e não apenas um congelamento do seu programa nuclear, em declarações emitidas algumas horas antes de uma reunião do Conselho de Segurança da ONU dedicada à Coreia do Norte.

“O nosso objetivo é o mesmo que o da China, é uma desnuclearização da península coreana”, sublinhou. “E acrescentaria rapidamente que cumprimos a nossa parte, retirámos as nossas armas nucleares da península coreana. Chegou o tempo para que a Coreia do Norte suprima igualmente as suas armas nucleares”.