“A UE deve (…) esclarecer a sua posição na parceria estratégica entre ambos os lados e incentivar as relações China-UE para que avancem”, disse Wang a Josep Borrell num encontro à margem da reunião dos países do Sudeste Asiático, realizada em Jacarta, na sexta-feira, segundo um comunicado da diplomacia chinesa hoje divulgado.

E prosseguiu: “Não se deve hesitar e muito menos encorajar palavras e ações para voltar atrás”.

“Não há conflito de interesses fundamentais entre a China e a UE”, acrescentou Wang, a principal autoridade de relações externas do Partido Comunista Chinês, um cargo que é mais importante do que o de ministro dos Negócios Estrangeiros.

Estas declarações por parte da China surgem depois de Berlim ter revelado na quinta-feira a sua nova estratégia de emancipação em relação à China, com o objetivo de “atenuar os riscos, sem cortar os laços” com Pequim.

A China advertiu imediatamente a Alemanha contra qualquer atitude suscetível de “prejudicar a cooperação e a confiança mútua”.

Esta nova estratégia alemã surge num contexto de preocupações crescentes na Europa e nos Estados Unidos sobre as ambições da China.

Mas, enquanto alguns Estados-membros da UE temem hostilizar Pequim e desencadear uma guerra comercial, outros defendem uma maior proteção.

Bruxelas quer definir a sua própria abordagem em relação a Pequim, para encontrar um equilíbrio entre o receio de uma dependência excessiva e o desejo de manter laços fortes com a segunda maior economia do mundo.

Em 04 de julho, a China cancelou uma visita do chefe da diplomacia europeia a Pequim, prevista para a semana seguinte.

Um dos assuntos que causa maior tensão com Pequim tem a ver com a ambiguidade da posição da China em relação à invasão da Ucrânia pela Rússia.

Para reduzir a dependência económica da União Europeia em relação a Pequim, a Comissão Europeia apresentou no final de junho uma estratégia para responder com mais firmeza aos riscos para a segurança económica europeia.