“Vimos afirmar que é preciso que cessem, desde já, todos os contratos em vigor e que se recusem novas emissões de licenças, de forma a evitar danos irreparáveis para a economia, o meio ambiente e as suas comunidades”, dizem os cientistas numa carta aberta hoje tornada pública.

Os cientistas, de vários domínios científicos e associados a instituições portuguesas, dizem também no documento que as comunidades científicas se movimentam a nível internacional e se preparam para manifestações públicas em vários países, incluindo Portugal, contra a exploração de combustíveis fósseis e emissões de gases de efeito de estufa.

Lembrando os debates sobre alterações climáticas provocados pelas cimeiras sobre o clima e salientando a insuficiência de medidas tomadas até agora e o desrespeito pelas metas acordadas, os cientistas afirmam que há hoje um acordo da maioria da comunidade científica quanto “à urgência de pôr fim às emissões de gases de efeito de estufa”.

“O conhecimento já existente permite abandonar os combustíveis fósseis em favor de energias limpas, as inovações nesta área são constantes. As alterações climáticas provocadas por ação humana são um problema da sociedade a que a ciência pode e tem vindo a responder”, diz-se na carta.

No documento alerta-se também para a reconfiguração da relação entre poderes globais e nacionais após a eleição de Donald Trump como Presidente dos Estados Unidos, a aliança com Vladimir Putin, Presidente russo, e a ascensão da extrema-direita na Europa, “o que agrava a situação de forma preocupante”.

“Para os povos, as ameaças à paz, à permanência no território, à saúde, à alimentação, à educação aumentam a cada dia. Acresce ainda a insuficiência do investimento científico, em muitos países, o que ameaça o trabalho de cientistas e o isola mais, socialmente, das soluções justas para os grandes problemas que requerem a intervenção das várias ciências”, alertam os cientistas.

Em Portugal, afirmam, a exploração de combustíveis fósseis é “um dos grandes problemas” que é preciso enfrentar, porque persistir numa “economia predadora do carbono” inviabiliza compromissos políticos (assumidos nas cimeiras), defrauda expectativas das populações, e destrói territórios, mares e rios, atmosfera e cadeias de vida insubstituíveis.

E com isso, dizem ainda, as populações não ganham nem trabalho, nem saúde, nem lugar para viver.

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