Segundo o Centro Nacional de Investigação Científica francês (CNRS), dos 255 investigadores que aceitaram o convite do presidente francês, Emmanuel Macron, quase metade são americanos.

Emmanuel Macron anunciou em meados de junho o desbloqueamento de 30 milhões de euros para financiar cerca de 50 projetos de investigação em França. Um montante equivalente será também pago pelos centros que acolherem os investigadores.

Em resposta ao convite, lançado depois de o presidente norte-americano Donald Trump ter anunciado a saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris, os candidatos tiveram até ao dia 31 de agosto para apresentar um portefólio com o seu currículo e realizações científicas.

Em 1 de junho, o presidente francês afirmou que milhares de pessoas se tinham registado no ‘site’ do programa “Make our planet great again” (por oposição à palavra de ordem de Trump "Make america great again”), mas a maioria não cumpria os critérios específicos do concurso, que incluem o desenvolvimento de uma tese há mais de quatro anos e o compromisso para um projeto de pelo menos três anos.

Os candidatos, estabelecidos no estrangeiro, deveriam também trabalhar nas áreas da ciência climática, observação e compreensão do sistema terrestre ou ciências e tecnologias de transição energética.

Até ao final do período de candidaturas, “255 pedidos completos foram enviados”, estando representadas um total de 41 nacionalidades, confirmou Anne Peyroche, vice-diretora geral para a ciência do CNRS, à agência France-Presse.

A seleção dos cerca de 50 projetos finais será feita em duas fases: a primeira, em meados de setembro, baseia-se no percurso académico dos candidatos, a segunda analisará o projeto científico proposto para realizar em França.

“Temos perfis de muito alto nível”, considera Anne Peyroche. E acrescenta: “esta é uma verdadeira oportunidade para a França, mas ao mesmo tempo questiona as condições de trabalho desses investigadores nos Estados Unidos”.

Os nomes dos primeiros vencedores deverão ser divulgados a 12 de dezembro por Emmanuel Macron, que anunciou para a mesma data uma cimeira para assinalar os dois do acordo alcançado em 2015 em Paris na 21.ª Conferência das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas.