“Está assegurada a cobertura integral da Urgência Pediátrica no Hospital de Torres Vedras”, indicou a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT), na sequência do encerramento da urgência pediátrica de Torres Vedras entre as 21:00 e as 09:00.

Em resposta a questões colocadas pela agência Lusa, a ARSLVT afirmou que “num contexto de início do pico da gripe ao nível nacional, e visando garantir o acesso dos doentes aos cuidados de saúde, o Plano de Contingência de Inverno delineado pelo Centro Hospitalar do Oeste (CHO) está a ser executado, conforme planeado atempadamente e sendo ajustado a todo o momento às circunstâncias e às necessidades da população abrangida por este centro hospitalar”.

Em causa está o encerramento da urgência pediátrica de Torres Vedras durante o período noturno, que entrou em vigor no domingo, primeiro dia do ano, “devido à falta de médicos”, informou o Centro Hospitalar do Oeste num aviso afixado no local.

De acordo com a informação afixada, a medida irá manter-se até 15 de janeiro, altura em que o centro hospitalar promete fazer "uma reavaliação da situação", que tem por base a “falta de recursos humanos médicos da especialidade de Pediatria na unidade de Torres Vedras”.

No aviso, o CHO esclarece ainda que as crianças e os jovens que necessitem de recorrer ao serviço no período de encerramento vão ser "avaliados clinicamente nas instalações da urgência pediátrica por um médico de clínica geral", que "poderá solicitar a observação por pediatras da unidade de Caldas da Rainha".

A medida gerou protestos por parte da Câmara de Torres Vedras que num ofício enviado ao ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, e ao secretário de Estado da Saúde, Manuel Delgado, exigiu hoje “uma solução e a reposição, em 48 horas, da normalidade do funcionamento” da urgência de Pediatria do Centro Hospitalar do Oeste – Unidade de Torres Vedras.

No ofício, o presidente da autarquia, Carlos Bernardes, manifestou “total desagrado” pelo encerramento, de que diz só ter tido conhecimento “pela comunicação social”.

A medida está, segundo o autarca, em contradição com a informação obtida no mês passado junto do CHO de que “o referido serviço não iria encerrar”.

O governante afirma-se ainda “totalmente disponível para dialogar e encontrar soluções para este grave problema”.

O CHO, do qual fazem parte os hospitais de Caldas da Rainha, Torres Vedras e Peniche, serve 293 mil habitantes dos concelhos do Bombarral, Cadaval, Caldas da Rainha, Lourinhã, Óbidos, Peniche, Torres Vedras e parte de Alcobaça e de Mafra.