“É claro que o PSD-Madeira tem consciência de que os resultados que não foram nada animadores nestas eleições autárquicas”, declarou o porta-voz da reunião, Tranquada Gomes, enquanto ainda decorria o encontro para analisar a situação.

Segundo o responsável social-democrata madeirense, o mau resultado eleitoral do partido “significa também um alerta” para a necessidade do PSD se “mobilizar, e rapidamente, com o objetivo de disputar as eleições legislativas de 2019, para ganhar”.

Complementou que constitui ainda “um alerta quanto à governação, um alerta quanto à questão do posicionamento do partido com os cidadãos, em particular com as outras forças políticas”.

“Penso que a comissão política está mobilizada e que o partido vai ser mobilizado para o objetivo de ganhar as eleições legislativas de 2019”, declarou, considerando que as autárquicas de domingo “são passado” e o “PSD-Madeira já entrou “num outro ciclo, definiu as suas prioridades e uma estratégia”.

Tranquada Gomes transmitiu que é “com humildade” que o partido lê os resultados eleitorais, acrescentando que são também motivadores, porque é “importante que o PSD-Madeira tenha estratégia e um objetivo claro de enfrentar as eleições de 2019 com a cabeça erguida, com propostas e principalmente com trabalho realizado ao longo deste mandato”.

O também presidente da Assembleia da Madeira assegurou que a questão de eleições internas foi uma “questão não se colocou e não foi assunto em equação” nesta reunião.

“É óbvio que vamos ter uma leitura humilde dos resultados e tomaremos as medidas que entendermos necessárias, quer a nível do partido, quer a nível do governo, das autárquicas, para que este resultado seja já ultrapassado”, disse.

Tranquada Gomes sublinhou que os dirigentes do PSD-Madeira vão saber “aprender com os erros” cometidos e o partido vai estar “unido e motivado” para ser “imparável em 2019”.

O dirigente do PSD-M apontou que o partido falhou na comunicação e passagem da mensagem aos eleitores, vincando que precisa ter uma estrutura profissionalizante, semelhante à dos adversários nas próximas batalhas eleitorais

“Apesar de tudo, até crescemos em números de votos e se fossem umas [eleições] regionais teríamos um resultado que seria melhor que aquele que ontem [domingo] se registou com a eleição dos cargos autárquicas”argumentou.

Para Tranquada Gomes “não há aqui drama nesse aspeto” e existe a “preocupação de evitar dinâmicas negativas no partido” devido a esta matéria, porque o PSD-Madeira continua a ser o maior partido da região.

“É evidente que um partido com passado ganhador como o PSD tem, quando não ganha há toda uma série de circunstâncias que fazem emergir uma certa fraqueza por parte do partido que é meramente conjuntural”, argumentou, sustentando que é necessário aprender com “os erros do passado” e “está a digerir” a derrota das autárquicas, apostado num novo ciclo político.

“Com humildade seremos capazes de encontrar o rumo necessário para defrontar adversários que estão bem apetrechados em termos de comunicação e que sabemos que têm ao lado apoios de determinados apoios da nossa região” vincou

Tranquada Gomes concluiu que o PSD-Madeira é “um partido liderante e não vai abdicar dessa liderança”, desvalorizando ter de enfrentar nas legislativas um projeto de coligação como o que venceu as duas últimas autárquicas no Funchal.

Nas eleições de domingo, o PSD-Madeira perdeu a Câmara Municipal da Ponta do Sol para o PS, venceu em Câmara de Lobos e na Calheta, tendo apoiado ainda, em conjunto com o CDS, o candidato vencedor no concelho de São Vicente, de um movimento de independentes.