Citando trechos de uma carta enviada ao ministro da Agricultura do Brasil, Blairo Maggi, pelo comissário de Saúde e Segurança Alimentar da União Europeia (UE), Vytenis Andriukaitis, o jornal indica que o bloco europeu tem dúvidas sobre a fiscalização sanitária dos produtos.

No comunicado, o representante da Comissão Europeia terá afirmado que “duvida da credibilidade dos sistemas de controlo [sanitário]” e que os recentes escândalos enfraquecem “a confiança na capacidade das autoridades brasileiras”.

Membros da Direção-Geral de Saúde da UE realizaram uma auditoria a empresas produtoras de carne do Brasil em maio deste ano, logo depois de a polícia local ter denunciado um esquema de corrupção e venda ilegal de carne no país.

Chamada de operação Carne Fraca, esta ação da polícia brasileira investiga um esquema envolvendo fiscais do Ministério da Agricultura, que teriam recebido subornos para permitir a venda de produtos sem fiscalização e até mesmo de carne estragada.

A reportagem da Folha diz que os inspetores europeus relataram que encontraram “deficiências críticas na maior parte dos setores inspecionados, muitas das quais de natureza grave” durante a fiscalização realizada no país sul-americano em maio.

A carta enviada pela Comissão Europeia aponta que o órgão decidiu suspender as importações de carne de cavalo do Brasil, facto que abre caminho para futuras sanções das exportações de carne bovina e de frango.

No ano passado, o comércio de frango para a UE gerou 1,074 mil milhões de dólares (950 milhões de euros), fazendo do bloco europeu o segundo maior comprador deste produto exportado pelo Brasil.

Já o comércio de carne de boi rendeu 685 milhões de dólares (607 milhões de euros) no mesmo período, número que coloca o bloco europeu como o terceiro maior comprador de carne bovina vendida ao exterior por empresas brasileiras.