“A CIG, por orientação do ministro-adjunto, recomendou à Porto Editora que retire estas duas publicações dos pontos de venda (…), no sentido de eliminar as mensagens que possam ser promotoras de uma diferenciação e desvalorização do papel das raparigas no espaço público e dos rapazes no espaço privado", lê-se num comunicado enviado pelo gabinete de Eduardo Cabrita.
A polémica com os dois blocos de exercícios, um para meninas, cor-de-rosa, e outro para meninos, azul, dos quatro aos seis anos, começou na terça-feira nas redes sociais, tendo já a editora negado, na sua página do Facebook, as acusações de discriminação de género e preconceito.
A GIC considera que as cores, temas e grau de dificuldade diferentes para rapazes e raparigas das duas publicações “acentua estereótipos de género que estão na base de desigualdades profundas dos papéis sociais das mulheres e dos homens”.
O comunicado dá como exemplo uma atividade dirigida aos rapazes na qual é promovido o contacto com o exterior (campo, árvore, ancinho, águia, etc.), enquanto para as raparigas apresenta cinco objetos, todos eles ligados a atividades domésticas (leite, manteiga, iogurte, alface e maçã), facto que é considerado discriminatório.
“Ainda num outro exemplo, a proposta para os rapazes é a de um cientista construir um robô, enquanto para as raparigas é a de ajudar a mãe a preparar o lanche”, acrescenta a nota.
As publicações apresentam, ainda, diferentes graus de dificuldade em algumas das atividades propostas para meninos e meninas.
A Porto Editora rejeita acusações, explicando que as edições foram publicadas em julho de 2016 e que “são trabalhadas as mesmas competências, na mesma sequência e com exercícios semelhantes. A diferença está na ilustração e na abordagem artística que as diferentes ilustradoras fizeram”.
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