“Rejeito frontalmente aquilo que o senhor deputado afirmou relativamente à utilização do SIS [Serviço de Informações de Segurança], rejeito em absoluto, o que o senhor deputado diz é falso, falso, é falso”, respondeu Fernando Medina ao deputado do PSD Hugo Carneiro, na comissão parlamentar de inquérito à TAP, visivelmente irritado.

Aludindo a uma expressão anterior do ministro, o deputado social-democrata disse que “gostava de concordar” com Fernando Medina “quando disse que há um ataque ao prestígio das instituições”, mas deu como exemplos as “alegadas agressões no Ministério das Infraestruturas e da Habitação, a utilização pelo Governo do SIS para supostamente intimidar Frederico Pinheiro a devolver o computador ou a negligência com que [o Governo] lidou com o relatório da Inspeção-Geral de Finanças”.

Fernando Medina apontou que aquela afirmação relativamente à utilização do SIS já foi desmentida pelo primeiro-ministro, pelos Serviços de Informação e “por todas as pessoas que tiveram informação” sobre a questão.

“Quem insiste em dizer uma falsidade tem uma adjetivação que consta da língua portuguesa”, acrescentou o governante, levando o presidente da comissão de inquérito, António Lacerda Sales, a intervir para acalmar os ânimos numa altura em que se ouviam protestos do deputado do PSD.

Fernando Medina insistiu que veio à comissão de inquérito com a obrigação de falar a verdade: “Não posso não reagir de forma veemente quando vejo uma afirmação falsa repetida intencionalmente por quem sabe que essa afirmação é falsa”, concluiu o ministro das Finanças.

O caso está relacionado com a exoneração do Frederico Pinheiro, na noite de 26 de abril, e envolve denúncias contra o ex-adjunto do Ministério das Infraestruturas por violência física nas instalações do Ministério, o alegado furto de um computador portátil e a intervenção do SIS na sua recuperação, caso que está a ser investigado pelo Ministério Público.