Questionada pela agência Lusa, a APA avançou novo calendário, segundo o qual "será lançado o procedimento para a execução da empreitada até ao final do presente ano".

Em maio de 2006, o presidente da APA, Nuno Lacasta, tinha dito que o concurso deveria ser lançado "em outubro de 2017", prevendo que a dragagem fosse iniciada no "último trimestre de 20017".

A APA justifica o eventual atraso com o facto de, no âmbito do projeto de tratamento dos materiais dragados, em fase de execução, estarem "à procura das melhores soluções e localizações, quer do ponto de vista operacional, quer ambiental, para a deposição dos dragados".

O Partido Ecologista "Os Verdes" anunciou hoje que entregou na Assembleia da República um requerimento, que recomenda ao Governo que "dê início, com urgência, à segunda fase das dragagens, assegurando que começará em 2017 e que estará concluída durante o ano de 2018".

Os Verdes defenderam também que o Governo garanta que os dragados são depositados nas zonas especialmente previstas para o efeito e que proceda à análise e monitorização da qualidade dos sedimentos retirados, para evitar o que aconteceu na primeira fase, entre 2015 e 2016.

Lembraram que, além da sua importância ecológica, onde existe fauna e flora que "importa preservar", a Lagoa de Óbidos "proporciona diversas atividades económicas, nomeadamente a pesca e a apanha de marisco e bivalves".

A obra, orçada em 16 milhões de euros, prevê a retirada de 850 mil metros cúbicos de areia do leito da lagoa, que se localiza nos concelhos de Caldas da Rainha e Óbidos.

A Lagoa de Óbidos é o sistema lagunar costeiro mais extenso da costa portuguesa, com uma área total aproximada de 6,9 quilómetros quadrados onde recorrentemente é necessário intervir para evitar o assoreamento.

Para evitar a morte de bivalves e garantir a continuidade daquele ecossistema, foram efetuadas dragagens desde 1995.