A cerca de quatro horas do início da peregrinação aniversária de 12 e 13 de outubro ao Santuário de Fátima, Carlos Cabecinhas disse que “assim que este problema, ou que esta nova eclosão da tensão e da guerra no território israelita começou, as (…) celebrações [no santuário] ficaram imediatamente marcadas por esse aspeto”.

“A paz é sempre temática maior em Fátima. E por isso, havendo um foco de conflito como este, não podíamos deixar de lembrar aos peregrinos de Fátima em cada dia e nas várias celebrações, esta intenção", disse o sacerdote.

Para Cabecinhas, este tema será sublinhado "de modo especial nesta peregrinação, porque a peregrinação é sempre um lugar ou um momento de grande visibilidade do próprio santuário".

Carlos Cabecinhas frisou que, em paralelo, “há uma grande intenção eclesial que vai acompanhar esta peregrinação, que é a realização da Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos”.

“Mas, obviamente, o tema da paz é transversal a toda esta peregrinação e tem mesmo de o ser. Não só porque vamos rezar pela paz, como é inevitável que o tema da guerra volte a estar presente na peregrinação, porque está presente também no nosso dia a dia”, afirmou aos jornalistas, acrescentando: “tínhamos o drama da guerra na Ucrânia, agora temos o drama da guerra em Israel, na Terra Santa, e nos territórios palestinianos, nomeadamente na Faixa de Gaza. São situações que nos preocupam de forma muito especial e às quais não podemos, de modo algum, ficar indiferentes”.

O reitor do Santuário adiantou que haverá “preces específicas pela paz (…) nos momentos de oração da própria peregrinação”.

A peregrinação de hoje e sexta-feira ao Santuário de Fátima é presidida pelo novo cardeal português Américo Aguiar, ainda presidente da Fundação Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023 e futuro bispo de Setúbal.

O objetivo do santuário ao convidar Américo Aguiar para presidir às celebrações desta peregrinação “era manter o tema da Jornada Mundial da Juventude presente no horizonte da Igreja em Portugal e presente no horizonte de Fátima”.

A JMJ “foi um acontecimento marcante para o país e para a Igreja portuguesa e é um acontecimento cujo dinamismo não queremos deixar perder”, acrescentou Carlos Cabecinhas.

A peregrinação de hoje e sexta-feira conta já com o registo de 105 grupos organizados de peregrinos, com a Itália, com 19 grupos, a ser o país estrangeiro com maior representação.

A França, com 11 grupos, e os Estados Unidos da América, com oito grupos, são os países que se seguem com maior representatividade, com o santuário a registar, para já, a presença de peregrinos de 32 países, desde Portugal ao Vietname, ou do Brasil à Ucrânia.

O programa oficial da peregrinação tem início às 21:30, com recitação do terço na Capelinha das Aparições, seguida da procissão das velas e celebração da palavra no altar do recinto.

Após uma noite de vigília, terá lugar, às 07:00 de sexta-feira, a procissão eucarística, no recinto de oração, seguindo-se, duas horas depois, o terço na Capelinha das Aparições, a procissão, a missa internacional, a bênção dos doentes e a procissão do adeus.