Esta investigação foi suscitada pela descoberta que a BlackRock, a mais importante gestora de ativos mundial, e a sociedade de serviços financeiros Morgan Stanley Capital International (MSCI) “investem ou permitem a colocação das poupanças dos [norte-]americanos em dezenas de empresas chinesas inscritas na lista negra” dos EUA, indicou a comissão sobre o Partido Comunista Chinês (PCC), no seu sítio na Internet.

Estas empresas chinesas são visadas porque são consideradas por Washington como uma ameaça para a segurança nacional dos EUA ou apoiantes das violações dos direitos humanos realizadas pelo governante PCC.

Mensagens eletrónicas foram dirigidas pelo presidente republicano da comissão, Mike Gallagher, e pelo democrata Raja Krishnamoorthi à BlackRock e à MSCI para obterem pormenores sobre estes investimentos e o seu contexto.

Reclamaram igualmente explicações sobre os trabalhos exploratórios realizados antes de potenciais investimentos, assim como detalhes sobre a transparência destes investimentos para os próprios investidores e o público em geral.

Estas mensagens, datadas de segunda-feira, não acusam as duas empresas de investimento de terem infringindo as sanções determinadas pelos EUA.

A comissão parlamentar espera uma “resposta pronta” da sua parte, para que possa compreender “os progressos económicos, tecnológicos e de segurança [do PCC] e a concorrência que representa para os EUA”, detalhou nas missivas.

Segundo a comissão, que usa o acrónimo da República Popular da China (RPC), a gestora de ativos “investiu mais de 429 milhões de dólares em sociedades da RPC que representam um risco para a segurança nacional e agem contra os interesses dos EUA”.

A inclusão de empresas chinesas inscritas na lista negra significa que as poupanças de milhões de norte-americanos “financiam neste momento involuntariamente empresas chinesas que desenvolvem e constroem armas para o Exército Popular da Libertação”, acusa a comissão.

Um porta-voz da BlackRock assegurou que “vai continuar a relacionar-se” com a comissão sobre esta problemática, adiantando desde já que respeita, “no mundo inteiro, a totalidade da legislação” dos EUA.

Já a MSCI declarou que os seus índices “medem o desempenho dos mercados bolsistas acessíveis aos investidores estrangeiros e respeitam o conjunto da legislação [dos EUA] em vigor”.

A instituição financeira “não gere nem recomenda ou facilita investimentos em qualquer país que seja”, garantiu.