Em comunicado enviado à agência Lusa, os promotores da iniciativa afirmam que esta iniciativa se prolongará até domingo, entre as 09h00 e as 21h00, e “a ideia é sugerir a uma conhecida marca comercial a estampagem do texto do Acordo Ortográfico (qualquer uma das diferentes versões ‘oficiais’, as ditas ‘bases’ e a chamada ‘nota explicativa’), em papel higiénico”.

A "Operação Folha Dupla", conta entre outras, com as participações da Associação Nacional de Professores de Português, da Federação da Região de Lisboa das Associações de Pais e do Círculo de Escritores Moçambicanos na Diáspora.

Em comunicado, o grupo afirma que, ao deparar-se “com um muro antidemocrático e inconstitucional na interpelação dos órgãos de soberania, impõe-se que os cidadãos demonstrem o primado do português-padrão costumeiro, de uso corrente, num exercício cada vez mais imperativo da autodeterminação cultural própria da sociedade civil, enquanto uma geração-cobaia é conduzida ao analfabetismo funcional por uma insustentável imposição administrativa, em Portugal”.

Uma “insustentabilidade”, que consideram “intrínseca ao próprio AO90, quer no plano linguístico (pelo caos ortográfico por ele gerado), quer no plano político e diplomático”, criticando ainda “a demora em reverter esta ‘atrocidade disgráfica’ [que] só penaliza ainda mais as suas vítimas, no sistema de ensino, por prolongar este processo de ‘desaprendizagem’ do português escrito”.

Este grupo promoveu há cerca de um mês um "cordão humano" que ligou a Academia das Ciências de Lisboa ao Tribunal Constitucional, na capital, no âmbito das ações de contestação do AO90.