A escultura, de cerca de 12 metros de altura e 12 de largura, é da autoria de Fernando Crespo, escultor residente em Coimbra, que dedica a obra ao papa Francisco, que visita Fátima como peregrino, na sexta-feira e sábado, para a celebração do Centenário das Aparições e para a canonização dos pastorinhos Jacinta e Francisco Marto.

A obra, intitulada "Francisco, o maior coração do mundo", tem dois segmentos, que juntos representam um coração.

Assente numa base de betão de "88 toneladas", a escultura é "uma homenagem a um homem simples" e de uma "humanidade que é tocante", sublinhou Fernando Crespo, durante a sessão de apresentação.

A estrutura em aço conta com uma figura humana, em bronze, de cada um dos dois lados, que pode ser "um peregrino ou qualquer um de nós" e que caminha no coração em direção à "terra", explanou, referindo que quis representar "o lado efémero da vida".

Nas placas vermelhas há ainda uma cruz, "símbolo da Igreja Católica", de onde desponta uma "ramificação que pode ser uma árvore ou veias", simbolizando "a difusão de determinados princípios e de determinados valores", explicou o escultor.

"Procurei que fosse singelo e bonito", contou Fernando Crespo, referindo que procurou, através de materiais inertes como o aço, "deixar um recado muito mais afetivo".

Para o bispo de Leiria-Fátima, António Marto, o coração gigante é "uma obra monumental que fica aqui como memorial de um acontecimento de alcance histórico-mundial, que é o Centenário das Aparições".

Na peça artística, o bispo encontra representado "o coração de uma mãe, que é o maior", mas também o coração "grande dos filhos pequeninos, muito acolhedor, sem muros", que depois os adultos por vezes constroem.

Também na escultura está "o coração do papa Francisco", um "coração grande" de uma pessoa que procura "deitar por terra os muros" que foram levantados, ao mesmo tempo que incita à criação de "pontes, de abraços, de afetos e de entendimentos", sublinhou António Marto.

Questionado pela agência Lusa, o escultor afirmou que pagou "o custo da obra" e que "não houve mecenas", apesar de ter sido referido em várias reuniões da Câmara de Ourém que a escultura tinha sido custeada a partir de mecenato.

Fernando Crespo escusou-se ainda a revelar qual o valor total dos custos da escultura, cuja instalação em Fátima foi suportada pela Câmara de Ourém.