A CIA e os serviços de inteligência de Seul planearam uma " conspiração com substâncias bioquímicas" para assassinar o dirigente norte-coreano durante cerimónias públicas em Pyongyang, afirmou em comunicado o ministério da Segurança do Estado da Coreia do Norte.

A acusação foi divulgada após, nas últimas semanas, a guerra verbal entre a Coreia do Norte e os Estados Unidos se ter intensificado. O governo de Donald Trump adotou uma retórica áspera, dizendo estar pronto para, sozinho, resolver a questão norte-coreana. 

Há poucos dias, o secretário de Estado americano, Rex Tillerson, afirmou na ONU que "todas as opções estão na mesa", a respeito da Coreia do Norte e as ameaças de testes nucleares.

O anúncio vindo de Pyongyang acontece também após o assassinato na Malásia, em fevereiro, do meio-irmão do líder norte-coreano, Kim Jong-Nam. Este foi envenenado com VX, um poderoso agente neurotóxico, e tanto a Malásia como a Coreia do Sul acusaram o regime comunista.

No comunicado divulgado pela agência oficial de notícias KCNA, o ministério norte-coreano afirma que a CIA e os serviços de inteligência sul-coreanos (IS) "corromperam ideologicamente e subornaram um cidadão norte-coreano chamado Kim" para executar o ataque contra o líder do país.

O comunicado, citado pela imprensa estatal, declara ainda tratar-se de um "assassinato que fez uso de substâncias químicas que incluem componentes radioativas e nano-substâncias venenosas", que "é o melhor método, pois não requer aproximação do objeto, e os seus efeitos letais aparecem depois de seis ou doze meses".

"Vamos expor e destruir impiedosamente o último terrorista da CIA"

Segundo o comunicado, o ataque poderia ser realizado durante um desfile militar no mausoléu que abriga os corpos do pai do líder norte-coreano, Kim Kong-Il, morto em 2011, e do seu avô, Kim Il-Sung, o fundador da nação.

No entanto, o comunicado não revela mais informações sobre como a conspiração teria sido destruída ou o que aconteceu com o suposto espião que deveria executar o crime. De acordo com o ministério, o homem, que teria um cúmplice chinês, recebeu até 740 mil dólares e equipamentos, incluindo material de transmissão.

"Vamos expor e destruir impiedosamente o último terrorista da CIA e da inteligência fantoche da Coreia do Sul", acrescenta a declaração, que diz que a conspiração é equivalente a "uma declaração de guerra". 

"O crime hediondo que foi recentemente descoberto e desmantelado na República Popular Democrática da Coreia (RPDC) revela um ato de terrorismo não só contra a Coreia do Norte, mas também contra a justiça e a consciência da humanidade e um ato de mutilação contra o futuro da humanidade", adiciona a declaração.

Segundo analistas, as acusações poderiam ser uma tentativa preventiva de dissuadir Washington de iniciar um ataque contra a liderança norte-coreana. 

O comunicado é divulgado um dia após a aprovação, pela Câmara de Representantes dos Estados Unidos, de novas sanções contra a Coreia do Norte, que visam principalmente cortar as fontes de financiamento internacional. 

As tensões aumentaram nos últimos meses na península no seguimento de programas nucleares e lançamentos de mísseis norte-coreanos. A Coreia do Norte, que tem tentado produzir mísseis com capacidade de transportar ogivas nucleares até ao continente americano, já executou cinco testes nucleares, dois deles em 2016. Muitos analistas acreditam que o sexto teste nuclear é iminente.

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