"Se há cinco séculos foi a rota marítima que nos fez encontrar, hoje será certamente a rota digital que nos juntará para o futuro", declarou António Costa, perante o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, na primeira visita de um chefe de Governo indiano a Portugal.

Numa declaração conjunta no Palácio das Necessidades, em Lisboa, os dois chefes de Governo lançaram simbolicamente, através de um clique, o Índia Portugal Startup Hub, um portal para ligar empreendedores dos dois países e potenciar os seus negócios à escala global.

"Os dois grandes pilares nesta nossa cooperação conjunta para o século XXI assentam na área da ciência e da cooperação entre as nossas empresas", afirmou António Costa, sublinhando que dos 11 acordos assinados hoje entre os dois países sete referem-se à cooperação científica, envolvendo a Fundação para a Ciência e a Tecnologia, a Universidade do Minho, o Laboratório Ibérico de Nanotecnologia de Braga e um conjunto de instituições científicas indianas.

No pilar da economia, o primeiro-ministro português destacou o estabelecimento de um acordo que previne "a dupla tributação, dando confiança aos investidores de um país e outro de que os seus investimentos não serão duplamente tributados", considerando o entendimento "uma base essencial para esse investimento".

António Costa apontou também os acordos de criação do Portugal-Índia Business Hub (PIB HUB), com a AICEP, com Goa, e a Câmara de Comércio e Indústria em Portugal, "aproveitando o potencial enorme da diáspora indiana em todo o mundo e a possibilidade de cooperação com terceiros países".

"Abrem uma porta muito larga para a cooperação entre as nossas empresas", afirmou, sublinhando que ambos os países colocam a inovação na base das suas economias.

António Costa deu ainda conta dos avanços do trabalho iniciado desde a sua visita à Índia, há seis meses, como a concretização do investimento da empresa indiana Sakthi numa empresa de componentes de automóveis em Águeda, e a participação indiana na conferência de lançamento do ‘Air Center', um centro internacional de investigação das ciências climáticas, do espaço e do mar profundo, nos Açores.

O chefe do executivo português agradeceu a forma como foi recebido na Índia em janeiro, declarando-se orgulhoso de ter sido o primeiro primeiro-ministro da União Europeia com origens indianas a deslocar-se à União Indiana.

"Já não sou o único, talvez seja uma tendência", disse, a sorrir, numa referência ao recém-eleito primeiro-ministro da Irlanda.

O primeiro-ministro indiano considerou que António Costa "representa o melhor da diáspora indiana em todo o mundo" e frisou que há muito a fazer pelo aprofundamento das relações entre os dois países.

Referindo-se à cooperação económica, Narendra Modi sublinhou que o crescimento económico indiano oferece "excelentes oportunidades" para que os dois países cresçam juntos e considerou Portugal "um dos melhores ambientes na Europa para o crescimento e empreendedorismo".

António Costa convidou Narendra Modi a voltar a visitar Portugal de forma mais prolongada, uma vez que a visita hoje realizada foi apenas de um dia.

Os dois chefes de Governo encontraram-se no Palácio das Necessidades, cumprimentando-se com abraços prolongados, tiveram uma reunião e um almoço, assistindo depois à assinatura dos 11 memorandos de entendimento entre os dois países.

Após a declaração conjunta à imprensa, Costa e Modi visitaram a Fundação Champalimaud e o Templo Radha Krihna.

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