Muitas pessoas infetadas com o novo coronavírus tiveram complicações respiratórias graves, e muitas morreram, devido a um fenómeno chamado “tempestade inflamatória”.
“Os investigadores levantam a hipótese de o tratamento poder reduzir as complicações” relacionadas à covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2), explica o centro de investigação do Instituto do Coração de Montreal, no Canadá, em comunicado.
O estudo, financiado pelo Governo do Quebec, é liderado por Jean-Claude Tardif, diretor do centro de investigação, da Universidade de Montrear.
Em declarações ao canal público Radio Canada, o professor de Medicina afirmou que a equipa espera ter os resultados do estudo dentro de três meses.
O estudo foi inspirado na resistência das crianças à doença, uma vez que, segundo Jean-Claude Tardif, parecem desenvolver poucos sintomas quando infetadas, por terem “um mecanismo muito específico que lhes permite travar a resposta inflamatória muito mais rapidamente”.
A hipótese que orienta este estudo, aprovado pelo Departamento de Saúde do Canadá em 24 horas, segundo o investigador, envolveu o trabalho de mais de 125 pessoas.
Ao longo de 30 dias os investigadores vão acompanhar cerca de 6.000 participantes que devem cumprir determinados critérios, como diagnóstico positivo para o novo coronavírus, terem mais de 40 anos e não estarem hospitalizados.
Durante este período, os pacientes vão tomar Colchicine, um medicamento anti-inflamatório habitualmente utilizado para tratar a gota e a pericardite, diariamente ou em placebo.
Até ao momento, não existe vacina nem tratamento contra o novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, que já infetou mais de 341 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 15.100 morreram.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
O continente europeu é aquele onde está a surgir atualmente o maior número de casos, com a Itália a ser o país do mundo com maior número de vítimas mortais, com 5.476 mortos em 59.138 casos. Segundo as autoridades italianas, 7.024 dos infetados já estão curados.
A China, sem contar com os territórios de Hong Kong e Macau, onde a epidemia surgiu no final de dezembro, conta com um total de 81.054 casos, tendo sido registados 3.261 mortes.
No Canadá, o número de casos confirmados no domingo à noite ultrapassava os 1.430 e 20 pessoas tinham morrido.
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