“Tem sido feita uma articulação, quer com as autoridades regionais, quer com as autoridades locais de saúde, para que sejam tomadas medidas relativamente aos reclusos”, disse António Lacerda Sales, afirmando que no caso concreto dos dois reclusos infetados após saída precária, a resposta dos serviços prisionais é ilustrativa da eficiência do sistema.

A DGRSP informou hoje que os dois reclusos, que testaram positivo à covid-19 depois de regressarem, em maio, aos seus estabelecimentos prisionais, estavam em isolamento profilático sob vigilância médica e já foram transferidos para o Hospital Prisional.

A questão foi levantada durante a conferência de imprensa diária sobre a pandemia da covid-19 em Portugal, durante a qual o secretário de Estado comentou também a retoma das visitas dos familiares aos presos.

Conforme adiantado na segunda-feira à Lusa pelo Ministério da Justiça, António Lacerda Sales confirmou que as visitas serão retomadas “o mais brevemente possível, se possível em junho”, referindo que serão asseguradas as condições devidas de segurança, conforme as orientações da Direção-Geral da Saúde (DGS).

Sobre esta possibilidade, o Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional (SNCGP) tinha já manifestado preocupação com a proteção dos profissionais, solicitando a compra de material de proteção, nomeadamente separadores de acrílico para quando forem retomadas as visitas nos estabelecimentos prisionais.

As visitas estão suspensas desde o início de março, para evitar a propagação do contágio do novo coronavírus, tendo estas restrições sido compensadas com mais telefonemas e mais longos dos reclusos para os familiares e amigos.

António Lacerda Sales informou ainda que, no âmbito de um programa conjunto entre os ministérios da Saúde e da Justiça, já foram testados cerca de 1.200 funcionários e colaboradores dos estabelecimentos prisionais.

Portugal contabiliza 1.231 mortos associados à covid-19 em 29.209 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre a pandemia.

Relativamente ao dia anterior, há mais 13 mortos (+1,1%) e mais 173 casos de infeção (+0,6%).

Portugal entrou no dia 03 de maio em situação de calamidade devido à pandemia, depois de três períodos consecutivos em estado de emergência desde 19 de março.

Esta nova fase de combate à covid-19 prevê o confinamento obrigatório para pessoas doentes e em vigilância ativa, o dever geral de recolhimento domiciliário e o uso obrigatório de máscaras ou viseiras em transportes públicos, serviços de atendimento ao público, escolas e estabelecimentos comerciais.