"Cabe ao Governo e ao primeiro ministro desenvolver todos os esforços possíveis, enquanto Presidente do Conselho Europeu, para que os fundos estruturais sejam remetidos aos Estados membros, sem mais delongas", defendeu a central sindical numa moção aprovada pelo seu Secretariado Nacional.

A UGT considerou que, "face à situação dramática de pandemia vivida por toda a Europa, é urgente desbloquear os fundos estruturais necessários ao Plano de Reconstrução aprovado no final da presidência alemã, de cerca de 750 mil milhões de euros".

"Muitos Estados membros, entre os quais Portugal, necessitam desse apoio, de emergência, seja a fundo perdido, seja a título de empréstimo, para fazer face à crescente pobreza, desigualdades e desemprego que se vivenciam no nosso país e um pouco por toda a Europa, por forma a evitar uma crise social de consequências imprevisíveis, com os efeitos da pandemia e dos seus desfechos negativos para as empresas e trabalhadores", acrescentou.

O Secretariado Nacional da UGT elogiou o facto de o primeiro ministro, António Costa, na apresentação que fez sobre as linhas estratégicas da presidência portuguesa da União Europeia, ter assumido como uma das suas prioridades a implementação do Pilar Europeu dos Direitos Sociais, convocando para 07 e 08 de maio, no Porto, uma Conferência Social para delinear e aprovar um plano de ação europeu sobre esse objetivo, contando com os 27 líderes europeus e representantes dos parceiros sociais.

No entanto, "não haverá Pilar Europeu de Direitos Sociais se não acudirmos, de imediato, ao caos social, ao crescimento do desemprego e a um clima de conflitualidade social que está ao virar da esquina, e cujos sinais foram já dados nos resultados da votação para o Presidente da República, onde as populações do interior, de norte a sul do país, votaram em quem lhes oferece o paraíso, ainda que com uma mensagem xenófoba, racista, homofóbica e de fação e demagógica", advertiu a central.

"Importa combater a desilusão e desencanto dos portugueses com justiça social, apoios do Estado e medidas de combate ao isolamento, ao envelhecimento, à desproteção a que muitos portugueses se sentem votados", defendeu.