"Significa que há um país cor-de-rosa inventado pelo primeiro-ministro e há um país real sentido todos os dias por utentes, doentes, profissionais na saúde", defendeu Assunção Cristas no parlamento, em declarações aos jornalistas.

Assunção Cristas, que questionou António Costa na quinta-feira no debate quinzenal sobre o "corte de 35% na contratação de pessoal externo", sublinhou hoje que o líder do executivo afirmou na Assembleia da República que a questão "iria ser facilmente resolvida com passagens ao quadro, com novas contratações, sem nenhuma quebra de qualidade de serviço".

"No entanto, estava o primeiro-ministro a falar, garantindo que tudo estava bem, e uma direção clínica do Hospital Amadora-Sintra estava a demitir-se, precisamente por entender que não havia condições com estas medidas de poder assegurar a qualidade na prestação dos serviços aos utentes", afirmou.

"O ministro garante que terá mais dinheiro no seu orçamento, seguramente terá de o ter bem aplicado para garantir que a qualidade existe e que as queixas que nós ouvimos diariamente e que vemos no terreno, não continuam", acrescentou.

A direção clínica e diretores de serviço do Hospital Fernando Fonseca (Amadora-Sintra) demitiram-se em protesto contra as dificuldades na contratação de profissionais, segundo fontes hospitalares, posição que a administração diz desconhecer.

As mesmas fontes indicaram à Lusa que a demissão foi decidida quarta-feira e está a ser preparada para ser oficialmente comunicada hoje à administração do hospital.

O porta-voz do hospital disse à Lusa não ter conhecimento oficial desta tomada de posição e garantiu que os serviços estão a funcionar normalmente.

Também o administrador do hospital, Francisco Velez Roxo, disse à Lusa que não tem qualquer conhecimento formal desta situação, adiantando apenas que o que está em curso é "o normal debate em torno da contratação de pessoal".

As fontes hospitalares referiram que existe um desconforto crescente em torno das dificuldades para contratação de pessoal, que pode ser agravado com a imposição de reduzir 35% os gastos com médicos tarefeiros.

O administrador do hospital reconheceu que esta unidade de saúde recorre muitas vezes à contratação de médicos externos.

O ministro da Saúde disse já que a redução dos 35% terá de ter exceções, garantindo que os hospitais não entrarão em rutura de resposta.

Este hospital depara-se ainda com uma ameaça de ter os blocos de parto paralisados a partir de julho, uma vez que os enfermeiros especialistas (obstetrícia) ameaçam parar se não forem remunerados de acordo com esta especialização.

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