Depois de cerca de uma hora e meia de reunião com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa - que hoje e terça-feira está a receber no Palácio de Belém, em Lisboa, todos os partidos com assento parlamentar - Assunção Cristas foi questionada sobre a polémica que tem envolvido as notas da Comissão Nacional de Eleições (CNE).

"Tive a oportunidade de reafirmar junto do senhor Presidente da República a nossa perceção de que o Governo se transformou numa direção de campanha do PS. De resto, isso mesmo foi uma das críticas que apresentamos aquando da moção de censura ao Governo, que o Governo remodelado se tinha transformado numa direção de campanha do PS e isso hoje é por demais evidente", criticou.

Na opinião da líder centrista, o "Governo não faz outra coisa que não seja gerir o tempo eleitoral que lhe resta até às europeias, e depois até às legislativas", e por isso é que o CDS-PP havia proposto que o melhor "teria sido abreviar este ciclo eleitoral e ter eleições já conjuntamente com as europeias".

"O trabalho do Governo neste momento é um trabalho pré-eleitoral e não um trabalho de verdadeira governação", condenou.

Para Assunção Cristas, todos os dias assiste-se a "uma propaganda do Governo, sistemática, nos vários domínios".

"Entendemos que, primeiro, há uma lei que é preciso ser cumprida, e por isso fizemos uma queixa à CNE, e depois nós sabemos que este é o tempo em que o Governo usará de todos os meios ao seu dispor para poder ter o melhor resultado", lembrou.

O CDS-PP, segundo a presidente do partido, "trabalha para poder representar uma alternativa de centro-direita em Portugal".

"Não acreditamos numa solução das esquerdas e do socialismo para o nosso país, achamos que é altura de mudar e fazemos tudo aquilo que está ao nosso alcance para o fazer", prometeu.

De acordo com Cristas, o partido que preside quer "ser alternativa" e não vai apoiar "António Costa em nenhuma circunstância, porque não faz bem ao país e o país precisa de uma verdadeira alternativa de centro-direita em Portugal".

A delegação do CDS-PP reafirmou ao Presidente da República que Portugal está "a crescer menos do que aquilo" que podia e devia.

"O Governo deixa que o país vá atrás dos outros e, no fundo, quando há um crescimento externo, o país é arrastado por esse crescimento, mas não cuida de tratar, de encontrar formas de podermos ter um melhor desempenho quando esse crescimento, nesse momento, é uma desaceleração que se vê ao nível da Europa e do mundo. É preciso encontrar modos de Portugal crescer mais e crescer melhor", afirmou.