“É normal que a oposição tente encontrar espaços de crítica. Esse ângulo de crítica é um ângulo que me parece sem fundamento”, disse Fernando Medina, durante a conferência de imprensa de apresentação do Orçamento do Estado para 2023 (OE2023), quando questionado sobre a avaliação da oposição ao documento.

Para o governante, consoante o ângulo “é uma crítica que surpreende por hipocrisia", ou é uma crítica natural “pelo espaço ideológico”.

Sobre as críticas à esquerda dos partidos à esquerda do PS, Fernando Medina deu uma estimativa do impacto nos juros se tivesse optado no passado por uma política que levasse o défice para 3% do Produto Interno Bruto (PIB) para defender que seguiu a melhor estratégia.

“Se em vez dos défices mais reduzidos, só neste momento estaríamos a pagar em juros mais 1.300 milhões de euros que somam ao aumento que vamos ter agora”, disse, apontando para uma diferença total de 2.500 milhões de euros em juros.

Já sobre “aqueles que querem diminuir défice e dívida”, mas aumentar a despesa, Fernando Medina disse ser “hipocrisia”.

O Governo entregou hoje na Assembleia da República a proposta de OE2023, que prevê que a economia portuguesa cresça 1,3% em 2023 e registe um défice orçamental de 0,9% do Produto Interno Bruto.

O ministro das Finanças, Fernando Medina, afirmou que a proposta reforça os rendimentos, promove o investimento e mantém o compromisso com finanças públicas sãs num ambiente externo adverso de guerra na Europa e escalada da inflação.

O Governo visa reduzir o peso da dívida pública de 115% do PIB para 110,8% em 2023 e projeta que a inflação desacelere de 7,4% em 2022 para 4% no próximo ano.

A proposta vai ser debatida na generalidade no parlamento nos próximos dias 26 e 27, estando a votação final global do diploma marcada para 25 de novembro.