Os famosos destroços estavam enterrados no fundo do mar quando dois irmãos, Julian e Lincoln Barnwell, acompanhados do seu pai e de dois amigos, os encontraram em 2007, após quatro anos de buscas na costa de Norfolk, no leste da Inglaterra.

A descoberta manteve-se em segredo até hoje para permitir a identificação dos restos e para proteger o navio, já que está em águas internacionais, explicou a universidade britânica em comunicado.

"É um excepcional exemplo do património cultural subaquático, de importância nacional e internacional", comentou a professora Claire Jowitt, especialista em história marítima.

"É a descoberta marítima mais importante desde o ‘Mary Rose’", que afundou em 1545 e foi achado nos anos 1980, afirmou a especialista, "pela antiguidade e pelo prestígio do navio, o estado dos destroços, os objetos recuperados e o contexto político do acidente".

O "Gloucester" afundou em menos de uma hora a 6 de maio de 1682, em frente à costa da cidade de Great Yarmouth, por um desentendimento entre o futuro rei James II e o comandante sobre como lidar com uma área repleta de bancos de areia.

Morreram cerca de 250 membros da tripulação, mas James II salvou-se.

A embarcação "representa um momento que quase marca a história política britânica: um naufrágio que quase causa a morte de um herdeiro católico ao trono do reino protestante, numa época de grandes tensões", ressaltou a universidade.

Está prevista para 2023 uma exposição que mostrará os objetos encontrados entre os destroços, como o sino que permitiu a identificação do navio.