De acordo com um relatório publicado hoje pela organização não-governamental SOS Mata Atlântica e pela plataforma MapBiomas, que analisa imagens de satélite que monitoriza o avanço da exploração madeireira, a área desmatada nesse bioma caiu de 121,66 quilómetros quadrados entre janeiro e maio de 2022 para 70,9 quilómetros quadrados no mesmo período deste ano.

Além disso, o número de alertas de também caiu 14%, passando de 2.507 nos primeiros cinco meses de 2022 para 2.156 neste ano.

O coordenador técnico do MapBiomas, Marcos Rosa, disse, em comunicado, que as áreas com maior queda no desmatamento foram as maiores que 150 mil metros quadrados, enquanto as menores que 30 mil metros quadrados “praticamente não sofreram redução”.

Marcos Rosa atribuiu a queda geral à “maior fiscalização dos estados, à mudança de postura do Governo Federal e às restrições de crédito financeiro para propriedades com áreas desmatadas não autorizadas”.

O Congresso brasileiro, que tem uma poderosa bancada que representa os interesses agrícolas, flexibilizou, no final de maio, a aplicação de uma lei que protege a Mata Atlântica e veio reduzir as autorizações necessárias para o corte de vegetação, no sentido de inverter alguns dos seus princípios, em linha com uma proposta apresentada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro nas suas últimas semanas no poder.

No entanto, o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que procurou contrariar seu antecessor levantando a bandeira do combate ao desmatamento, vetou várias das modificações aprovadas pelo Congresso no início de junho.

A Mata Atlântica ocupa cerca de 15% do território brasileiro e estende-se por 17 estados, mas a área que mantém a vegetação original representa apenas 24% de sua extensão.