Embora a Dinamarca não tenha afirmado a existência de uma ligação ao Hamas, as autoridades alemãs disseram que três pessoas detidas no país são suspeitas de estarem a preparar ataques a instituições judaicas na Europa.

As autoridades dinamarquesas afirmam que uma pessoa foi detida nos Países Baixos, mas ficou por esclarecer se havia alguma ligação com a investigação a supostas atividades do Hamas na Alemanha.

Dois dos seis suspeitos detidos na Dinamarca estão, para já, em prisão preventiva até 9 de janeiro, indicaram fontes judiciais, que não adiantaram mais pormenores sobre os restantes quatro.

Na quinta-feira, os serviços secretos dinamarqueses PET anunciaram a detenção de três pessoas por suspeita de conspiração para levar a cabo “um ato de terrorismo”.

Um deles foi libertado, indicou hoje o procurador Anders Larsson, após uma audiência de custódia que durou toda a noite num tribunal de Copenhaga. No entanto, não adiantou se o suspeito libertado continuará a ser vigiado.

Larsson disse também que quatro outras pessoas foram, à revelia, colocadas em prisão preventiva, mas não disse se as autoridades sabiam do respetivo paradeiro ou se estava em curso uma “caça ao homem”.

No entanto, disse, sem elaborar, que “ainda há alguém a monte”.

Nenhum dos suspeitos pode ser identificado devido a uma ordem judicial e a audiência de custódia foi realizada à “porta fechada”, o que significa que não foram divulgados pormenores sobre o caso, envolto em secretismo.

Os procuradores alemães alegam que os três homens detidos quinta-feira na Alemanha foram incumbidos de encontrar um esconderijo subterrâneo de armas do Hamas na Europa e argumentam que as armas deviam ser levadas para Berlim e mantidas em estado de prontidão com vista a potenciais ataques terroristas contra instituições judaicas na Europa.

Dois homens foram detidos em Berlim, enquanto um terceiro suspeito foi temporariamente detido também na capital alemã, informou um procurador federal alemão, acrescentando que um deles também foi detido na cidade portuária holandesa de Roterdão.

As autoridades só identificaram os homens pelos seus nomes próprios e pela primeira inicial do apelido, em conformidade com as regras alemãs em matéria de proteção da vida privada.

Os quatro são Ibrahim El-R. e Abdelhamid Al A., ambos nascidos no Líbano, Mohamed B., de nacionalidade egípcia, e Nazih R., de nacionalidade neerlandesa.

As autoridades alegaram que três dos homens na Alemanha “são membros de longa data” do movimento islamita palestiniano e que “participaram em operações do Hamas no estrangeiro”.

Os suspeitos estão “estreitamente ligados à direção do ramo militar” do Hamas, considerado uma organização terrorista pelos Estados Unidos e pela União Europeia.

Por esclarecer está o se e como as detenções dinamarquesas e alemãs estão relacionadas.

No início deste mês, a Comissária Europeia para os Assuntos Internos, Ylva Johansson, avisou que a Europa enfrenta um “enorme risco de ataques terroristas” durante o período de férias de Natal, no contexto da guerra entre Israel e o Hamas.