Em comunicado enviado às redações, o partido salienta que "o PCP e a CDU são portadores de um projeto e de uma visão para Lisboa assentes na defesa do direito à cidade, à sua fruição por inteiro, sem exclusões nem desigualdades".
"É este projeto e esta visão - que defendemos nestas eleições, de que resultou um apoio reforçado à CDU - que nos afastam de práticas e opções fundamentais prevalecentes na gestão municipal ao longo dos últimos anos, sem prejuízo de convergências pontuais, que nunca recusámos e para as quais trabalhamos, suscetíveis de se traduzirem em ganhos para a população da cidade e para a melhoria da sua qualidade de vida", acrescenta.
Esta posição é manifestada no seguimento dos resultados eleitorais de domingo, que deram a vitória ao PS na Câmara de Lisboa, mas sem maioria absoluta. No mandato que agora cessa, o executivo liderado por Fernando Medina contou com 11 vereadores, mas nas últimas autárquicas elegeu apenas oito, perdendo por isso a maioria.
Na noite eleitoral, Medina já se havia mostrado disponível para novos acordos, admitindo mesmo atribuir pelouros aos vereadores da oposição, "caso haja essa vontade", de forma a ter "apoio para políticas" a concretizar.
Na terça-feira, quando questionado pelos jornalistas se mantinha esta posição, o presidente da Câmara de Lisboa reiterou a sua disponibilidade para procurar "acordos o mais abrangentes possíveis" para governar a capital, mas não revelou porém se já encetou contactos.
No domingo, o PCP elegeu dois vereadores e o Bloco de Esquerda um, mas na terça-feira o secretário-geral comunista recusou qualquer acordo pós-eleitoral na autarquia de Lisboa, embora mantendo uma postura construtiva.
"Por exemplo, em Lisboa, não existirá essa possibilidade de encontrar um modelo como foi encontrado ao nível nacional", afirmou Jerónimo de Sousa, após reunião do comité central do PCP, na sede nacional do partido.
Hoje, a Direção da cidade de Lisboa do PCP manifestou a sua "disponibilidade para, no respeito pelos pressupostos acima enunciados, continuar a desenvolver no executivo municipal uma intervenção ativa, atenta, exigente e construtiva, que contribua para resolver os problemas sentidos por todos os que vivem e trabalham em Lisboa, e para enfrentar de forma corajosa os desafios que se colocam à cidade".
"Esta ação, que, sublinhe-se, não recusa à partida nenhuma convergência na proposta ou aprovação de soluções que sirvam a cidade, desenvolve-se no escrupuloso respeito pelos compromissos assumidos com a população da cidade e na salvaguarda da independência política e da plena autonomia dos eleitos da CDU", elencou.
O PCP pretende, nos próximos quatro anos, apoiar "tudo o que seja positivo para a cidade e para quem nela vive e trabalha, rejeitando e combatendo tudo o que seja negativo".
"Nenhuma circunstância ou desenvolvimento nos afastará deste princípio", remata a nota.
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