“O México aproveitou-se dos EUA durante demasiado tempo. Enormes défices comerciais e a pouca ajuda na muito débil fronteira, isso deve mudar, AGORA”, escreveu Trump na conta pessoal da rede social Twitter, a sua plataforma favorita para emitir mensagens.
Estas novas declarações surgem um dia após o Presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, ter decidido cancelar o seu encontro com Trump, que continua a pressionar para que seja o vizinho a pagar a fatura do custo da barreira física que pretende erguer.
O Presidente do México já garantiu que o seu país não pagará o muro, uma posição que implicou a anulação do encontro entre os dois presidentes previsto para 31 de janeiro em Washington.
Os 3.000 quilómetros de muro que Donald Trump ordenou que sejam construídos de imediato ao longo da fronteira com o México superam a verba calculada durante a sua campanha eleitoral (oito mil milhões de dólares, 7,4 mil milhões de euros). O custo real, de acordo com a administração republicana, atinge os 12 mil milhões a 15 mil milhões de dólares (11 mil milhões a 14 mil milhões de euros). Uma verba inicial estará a cargo dos contribuintes norte-americanos, e o restante dependerá do Congresso.
Na quinta-feira, Trump comparou o muro que pretende construir ao que Israel ergueu para separar os territórios palestinianos para evitar ataques terroristas.
O Presidente dos EUA assegurou que o muro israelita detém “99,9%” das passagens não autorizadas, e que esse é o seu objetivo para a barreira com o México.
Ainda na quinta-feira, o chefe da diplomacia mexicana Luis Videgaray, que se encontrava de visita à capital federal dos EUA, reiterou que pagar o muro e algo que o seu país não pode aceitar por “dignidade”.
A polémica adquiriu uma nova dimensão quando o porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer, sugeriu a imposição de um novo imposto de 20% às importações provenientes do México como possibilidade para financiar a construção.
Em conferência de imprensa na embaixada do México em Washington, Videgaray assinalou que “um imposto às importações de produtos mexicanos pelos Estados Unidos não é a forma de fazer que o México pague o muro, mas sim o consumidor norte-americano, que pagaria mais caros a pera abacate, as máquinas de lavar, as televisões”.
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