O debate geral anual da 72.ª Assembleia-Geral da ONU começou hoje na sede da organização, em Nova Iorque, com o discurso do Presidente brasileiro, Michel Temer, ao qual se seguiu a intervenção do Presidente norte-americano, Donald Trump.

Este defendeu que a única solução para a península coreana será “destruir totalmente” a Coreia do Norte caso o regime de Pyongyang continue a ameaçar os Estados Unidos e aliados.

“É altura de a Coreia do Norte perceber que a sua desnuclearização é o único futuro aceitável”, advertiu Trump, na sua primeira intervenção perante a Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), que começou hoje na sede da organização, em Nova Iorque.

O chefe de Estado norte-americano insistiu que os testes nucleares e de mísseis balísticos da Coreia do Norte “ameaçam o mundo inteiro”, pedindo unidade para isolar o regime de Pyongyang.

"Os Estados Unidos têm um grande poder e paciência, mas se formos forçados a defender-nos e a defender os nossos aliados, não teremos outra opção se não a de destruir totalmente a Coreia do Norte. O 'rocket man' está numa missão suicida para si mesmo e para o seu regime", explicou Trump no seu discurso, fazendo referência ao líder norte-coreano, Kim Jong-un.

Naquela que foi a sua primeira aparição ante os líderes mundiais na Assembleia das Nações Unidas, o presidente Donald Trump discursou cerca de 41 minutos, visando também as ambições nucleares do Irão e a sua influência regional, assim como o colapso da economia venezuelana e as constantes ameaças terroristas.

Ameaça nuclear "está ao mais alto nível desde a Guerra Fria"

O secretário-geral da ONU, António Guterres, alertou hoje que a ameaça nuclear está “ao nível mais alto desde a Guerra Fria” e avisou as partes envolvidas na crise da Coreia do Norte que "conversa inflamável pode conduzir a mal-entendidos fatais".

"As ansiedades globais sobre armas nucleares estão ao nível mais alto desde a Guerra Fria", disse Guterres no seu primeiro discurso como secretário-geral da ONU durante uma Assembleia-Geral da organização.

Sobre a Coreia do Norte, disse que o uso das armas nucleares é "impensável", mas que o medo "não é abstrato".

Sublinhou que "apenas a unidade pode conduzir à desnuclearização da Península da Coreia e criar uma oportunidade para uma relação diplomática que resolva a crise".

Sobre a retórica de guerra entre os EUA e o país de Kim Jong-un, o português avisou que "conversa inflamável pode conduzir a mal-entendidos fatais".

António Costa fala amanhã

Na quarta-feira, às 11:30 locais (16:30 em Lisboa), será a vez de o primeiro-ministro português, António Costa, se estrear como orador no debate geral, entre chefes de Estado e de Governo, com um discurso centrado nos valores do desenvolvimento sustentável e da defesa do ambiente.

Subordinado ao tema “Concentrando-nos nas Pessoas — Lutar pela Paz e por uma Vida Decente para Todos num Planeta Sustentável”, o debate geral decorrerá até 25 de setembro, nesta 72.ª sessão da Assembleia-Geral presidida por Miroslav Lajcák, ministro dos Negócios Estrangeiros e Assuntos Europeus da Eslováquia.