A morte, na quinta-feira, de cinco soldados ucranianos em confrontos com os rebeldes pró-russos no leste do país, onde se regista um aumento da violência, “ilustra mais uma vez as consequências trágicas da agressão russa na Ucrânia”, considerou Tusk, que preside à instância que reúne os dirigentes dos 28 Estados-membros da União.

“A União Europeia [UE] condena a agressão russa e nunca reconhecerá a anexação ilegal da Crimeia”, acrescentou na sequência de uma cimeira com seis países da ex-URSS em Bruxelas.

“Os conflitos congelados e armados continuam a impedir o desenvolvimento e a originar sofrimentos” considerou o antigo primeiro-ministro polaco, numa referência aos países com quem a UE pretende aprofundar a cooperação no âmbito da “Parceria Oriental”.

“A Parceria Oriental não é dirigida contra a Rússia. Não se trata de um concurso de beleza entre a Rússia e a UE mas de uma verdadeira parceria entre países soberanos, sem ameaças ou constrangimentos políticos, económicos ou militares”, disse ainda Tusk, num tom particularmente duro face a Moscovo.

As relações entre a UE e a Rússia deterioraram-se consideravelmente na sequência da crise na Ucrânia, onde os confrontos entre separatistas pró-russos e o exército provocaram mais de 10.000 mortos desde a primavera de 2014.

Os europeus impuseram fortes sanções económicas à Rússia, que respondeu com um embargo sobre as importações de produtos agroalimentares provenientes da União.

Os dirigentes dos 28 países da UE e os seus homólogos da Ucrânia, Geórgia, Moldávia, Bielorrússia, Arménia e Azerbaijão discutiram em conjunto “uma das maiores ameaças de hoje, quer dizer os ciberataques, as ‘fake news’ [notícias falsas] e a guerra híbrida”, explicou Tusk.

O dirigente europeu frisou ainda as recentes e “claras mensagens” por parte da primeira-ministra britânica Theresa May que na sua perspetiva demonstraram “as atividades hostis por parte da Rússia no referendo” sobre o 'Brexit' de junho de 2016.

“Lembramo-nos ainda dos acontecimentos brutais durante as eleições em certos Estados-membros e nos Estados Unidos”, onde um procurador especial investiga uma alegada ingerência da Rússia na eleição presidencial de 2016, concluiu Tusk.