O jovem, de 17 anos (faz 18 em dezembro), aluno da Escola Secundária de Fafe, disse hoje à agência Lusa que ser o melhor aluno nunca foi um objetivo, mas que sempre procurou ter “uma média elevada”, pois até ao início do 12.º ano ainda não sabia que curso seguir.

“Sempre gostei muito de físico-química e de matemática e já sabia que queria algo relacionado com engenharia. Depois, fui fazer um bocado de pesquisas e Engenharia Aeroespacial surgiu. Como é um curso com grande leque de opções, envolve eletrónica, mecânica, tráfego aéreo, desenho de aeronaves, foi um curso de que gostei bastante”, refere André Galvão Rocha.

Segundo dados disponibilizados pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, o curso de Engenharia Aeroespacial da Universidade do Minho (lecionado no Campus de Azurém, em Guimarães) é o que tem a nota de acesso mais elevada, em que o último aluno a entrar tinha média de 18,86 valores (numa escala de zero a 20).

André Galvão Rocha teve 18,7 e 19,9 valores a físico-química e a matemática, respetivamente, as duas disciplinas às quais realizou exames para o acesso ao ensino superior e que o ajudaram a manter a média de 19,72 valores com que entrou em Engenharia Aeroespacial.

Questionado sobre se para ter boas notas é preciso fazer sacríficos, o jovem aponta outro fator como sendo o mais relevante.

“Sacrifício não implica muito. O que mais importa é saber organizar muito bem o horário que nos é dado. No meu caso, sempre tive o meu tempo para estudar, e depois sempre tive tempo para fazer aquilo que queria, não era só estudar. Sempre pude sair com os meus amigos, ir ao ginásio, sempre tive oportunidade de fazer essas coisas, mas também sabia que tinha de estudar. Quando precisava de estudar, focava-me só nisso, estudava tudo o que precisava para depois ter tempo para mim”, revela André Galvão Rocha.

O jovem faz questão de vincar que é possível conciliar a vida pessoal com os estudos e, mesmo assim, ter notas de excelência.

“Não é preciso abdicar da nossa vida. Muitas pessoas têm essa ideia errada de que para se ter boas notas é preciso estar trancados em casa a estudar. Sempre consegui conciliar a minha vida escolar com a minha vida social”, conta o futuro estudante universitário.

Instado a deixar um conselho aos jovens que pretendam ter boas notas para assim terem mais possibilidades de entrarem num curso universitário, André Galvão Rocha aponta o foco no objetivo como o mais importante, sem, no entanto, descurar a vida social.

“Quando uma pessoa se sente pouco preparada para um teste ou para qualquer tipo de avaliação, é preciso ter aquele foco para estudar o máximo possível até estar preparado. No entanto, [é essencial] não ficar preso nesse ciclo de estudo, porque também é muito importante ter essa parte de fora, da vida social, para que se tenha também um pouco mais de descanso, para não ser tudo atrás de pressão”, salienta o jovem.

Quanto ao futuro, André Galvão Rocha diz que ainda não tem certezas sobre o que fazer, mas admite emigrar.

“Tenho de ver como é que o curso vai correr, mas, se fosse possível, e também dependendo das ofertas que surgirão no futuro, gostaria de trabalhar no exterior, no estrangeiro, aprender com outras empresas que não sejam portuguesas, para depois voltar e, se calhar, tentar começar algum tipo de empresa em Portugal”, assume o jovem.