“Nós iremos fazer tudo aquilo que for possível para não sermos empurrados para fora dessa rota que, para nós, é de grande importância. Nós temos muito trabalho feito no [que toca ao] impacto para os residentes, para todos aqueles que querem visitar a Madeira e para a economia da Madeira”, disse à agência Lusa o responsável da easyJet para Portugal, José Lopes.

Numa altura em que se fala na alteração do subsídio de mobilidade, o responsável notou, contudo, que “as companhias não podem substituir o Estado no financiamento da insularidade”.

“Isso é um papel social que cabe ao Estado e é uma relação que tem de ser direta entre o Estado e o contribuinte, neste caso, residente na Madeira”, acrescentou.

Atualmente existe um subsídio de mobilidade que estabelece o valor das passagens aéreas entre a Madeira e o continente em 86 euros para residentes e 65 euros para estudantes.

Contudo, como as companhias praticam preços muito superiores, o Governo Regional devolve o excedente ao passageiro, até um teto máximo de 400 euros por viagem.

A companhia easyJet ameaçou, no entanto, abandonar a rota, caso o subsídio de mobilidade seja alterado, conforme defende o Governo Regional, de modo a que o passageiro pague apenas os 86 ou 65 euros e a transportadora receba a diferença diretamente do Estado.

O modelo do subsídio estipula também o reembolso a 60 dias se a deslocação for paga com cartão de crédito, outro dos critérios que têm sido criticados e que a região quer ver alterados.

Vincando que “os residentes devem ser protegidos de fatores como a sazonalidade”, José Lopes disse esperar que “a transparência no processo” continue.

“Seria muito mau para as pessoas e para a economia da Madeira” se a easyJet saísse da região, alertou.

Na segunda-feira, a empresa esteve reunida com o ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, num encontro dominado pela questão do subsídio de mobilidade na Madeira.

“Apresentámos ao senhor ministro essa nossa postura e não só as nossas preocupações perante estas propostas legislativas que estão em cima da mesa como a nossa visão mais abrangente de quem opera esta rota há 10 anos, de quem dia a dia ouve os passageiros a explicarem-nos quais as dificuldades com que se deparam com um processo que, neste momento, é demasiado lento e demasiado burocrático”, afirmou José Lopes à Lusa.

O responsável admitiu, contudo, que este “é um processo que não é simples, que tem componente associada ao Orçamento do Estado e que terá de ser analisado pelo Governo”, adiantando que espera a melhor solução.