Assunção Cristas participou hoje numa festa da desfolhada em Ponte de Lima, Viana do Castelo, integrada na campanha para as legislativas, mas não comentou diretamente a notícia de que “na fase final do inquérito do designado processo de Tancos foi equacionada”, mas depois afastada, “a pertinência da inquirição como testemunhas do Presidente da República e do primeiro—ministro”.

A líder centrista não falou à margem aos jornalistas e só fez uma alusão ao assunto no discurso da noite, ao referir-se ao “escândalo de Tancos”.

“Aqui eu queria ser muito clara: sabemos muito bem o que é da justiça e o que é da política e, por isso, não ouvirão nenhum comentário em relação a decisões dentro dos processos judiciais”, afirmou Assunção Cristas, acrescentando que “quem tem que investigar judicialmente investigue, com autonomia e independência”.

Numa nota enviada à agência Lusa, a Procuradoria-Geral da República (PGR) adianta que o diretor do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) “foi inteirado pelos magistrados titulares do aludido inquérito sobre as razões que justificariam a realização de tais diligências, aferida à luz dos elementos de prova até então recolhidos”.

“Na sequência da análise a que direta e aprofundadamente procedeu, o diretor do DCIAP concluiu, perante os elementos constantes dos autos, que tais inquirições não revestiam relevância para as finalidades do inquérito nem tão pouco se perfilavam como imprescindíveis para o apuramento dos crimes objeto de investigação, dos seus agentes e da sua responsabilidade”, refere a PGR.

A PGR acrescenta que, “em conformidade, o diretor do DCIAP entendeu, ponderada também a data limite para o encerramento do inquérito, que tais diligências não deveriam ter lugar, o que mereceu a anuência dos magistrados titulares”.