Em declarações à Lusa, Nuno Melo afirmou que a solução "resulta de um entendimento do PSD/Madeira com o PAN, no qual o CDS não participou”, sendo o “acordo do presidente do Governo Regional”.

O presidente do CDS-PP assinalou igualmente que o partido liderado por Inês de Sousa Real, e que elegeu uma deputada regional, “não está no Governo Regional da Madeira”. “Do Governo apenas fazem parte PSD e CDS-PP”, realçou.

O líder centrista apontou ainda que as estruturas regionais dos partidos “têm estatutos próprios, são autónomas”, e tomam decisões “sem a intromissão dos partidos a nível nacional”.

“Para o CDS a nível nacional, o PAN é um partido que não tem nada que ver com o CDS do ponto de vista ideológico e que o CDS combate”, salientou, considerando que “o CDS está mais próximo da IL do que do PAN”.

Nuno Melo indicou que, “obviamente, no que depender do CDS, entre a opção pelo PAN ou a Iniciativa Liberal, a opção é pela Iniciativa Liberal”.

“Apesar disso, admito que as circunstâncias regionais num espaço territorial pequeno e onde as pessoas se conhecem, aspetos pessoais possam ter tido peso numa decisão cujos contornos eu desconheço, porque não participei nela”, ressalvou o eurodeputado.

O líder do CDS-PP afirmou que “o processo passou à margem do CDS”, partido que “não foi parte das conversações”, que decorreram entre PSD e PAN.

Nuno Melo considerou ainda que “as matérias que foram tornadas públicas relativas ao acordo entre PSD e PAN de incidência parlamentar são matérias inócuas que dificilmente seriam recusadas por qualquer partido na Assembleia Legislativa” da Região Autónoma da Madeira e algumas medidas acordadas “já faziam parte do programa da coligação”.

A coligação Somos Madeira (PSD/CDS-PP) venceu no domingo as eleições legislativas regionais da Madeira, mas falhou por um deputado a maioria absoluta, para a qual é necessário ter 24 dos 47 lugares do parlamento do arquipélago.

A deputada eleita do PAN, Mónica Freitas anunciou hoje que assinou um acordo de incidência parlamentar de quatro anos com a coligação PSD/CDS-PP, viabilizando assim uma maioria absoluta no hemiciclo.