Ester Amorim é um dos cerca de 950 delegados que irão passar pelo Centro de Congressos de Lisboa até domingo.

Proveniente da Guarda, a delegada de 58 anos e militante desde os anos de 1980, espera que a liderança de Rui Rio seja pautada por uma renovação.

“Ele é uma pessoa inteligente, ele sabe, é bom estratega, e portanto penso que tem todas as condições de levar o partido para a frente”, advogou, acrescentando que por isso Rio “será um bom presidente”.

Apontando que “as pessoas estão um bocado desiludidas”, e que o partido “está desagregado”, Ester Amorim considera que o antigo presidente da Câmara Municipal do Porto “tem condições para poder unir” o PSD de novo.

Outro dos militantes que partiu do Norte é o jovem Carlos Miranda. Aos 26 anos, já leva quase uma década de militância, e por isso fez a viagem de Amarante até à capital para assistir à despedida do líder cessante, Pedro Passos Coelho, e à consagração do novo presidente.

Em declarações à agência Lusa, o amarantino mostrou-se esperançoso em que o novo líder “permita ao PSD ter condições para disputar as próximas eleições legislativas com o Partido Socialista, e conseguir a vitória”.

Porém, se isso não acontecer, Carlos Miranda não considera que seja motivo suficiente para a mudança de líder, mas observa que essa questão só deve ser analisada após o sufrágio.

“Depois do resultado eleitoral lá se verá realmente qual é o futuro do PSD. Mas penso que não é por haver uma derrota que o líder necessariamente tenha que sair, dependerá da avaliação a fazer nessa altura”, precisou.

O jovem quer ainda que se mantenham os “princípios e valores” da era Passos, mas com “uma nova dinâmica, que permita também, junto das pessoas, que o PSD se volte a afirmar como o principal partido português”.

Também do distrito do Porto provém Inês Silva, de 24 anos.

A famalicense, militante há quatro anos e delegada social-democrata, também almeja uma “liderança forte, uma liderança focada nos interesses do país”, e que “una o partido e que seja capaz de cativar toda a gente”.

Quanto ao futuro, Inês aponta que “na política não há impossíveis”, e acredita na vitória nas próximas legislativas, que serão disputadas em 2019.

Ainda que o cenário acabe por não ser esse, a jovem concorda que Rui Rio “tem condições para continuar” à frente dos destinos do PSD, pois “é possível fazer uma oposição forte se isso acontecer”.

Outro dos militantes ouvidos pela agência Lusa foi o deputado José Silvano, eleito pelo círculo de Bragança, para quem o novo líder se apresentou na sexta-feira ao congresso com “objetividade e humildade”.

Apesar de manifestar o desejo de que Rui Rio seja o próximo primeiro-ministro, a sua saída irá depender “do resultado da votação”.

“Agora, o PSD também tem de se deixar de mudar de líder de cada vez que tem um mau resultado, porque acho que o líder só se consolida com tempo, e é preciso dar tempo. E eu acho que este líder, se tiver tempo, pode ganhar o país”, advogou o deputado.

O 37.º Congresso do PSD decorre até domingo no Centro de Congressos de Lisboa, contando com cerca de 950 delegados inscritos, mais de 250 participantes e mais de mil observadores.