O material de merchandising com o logótipo do Real Madrid vai 'perder' a cruz de Cristo, no topo do emblema, nos países do golfo árabe em que for comercializado. Tudo para não ferir "sensibilidades culturais", diz Khaled al-Mheiri, vice-presidente da Marka, empresa que garantiu os direitos para “produzir, distribuir e vender os produtos do Real Madrid” nesta região do mundo.
"Temos que ser sensíveis em partes do golfo árabe que são sensíveis a produtos com a cruz”, justificou à Reuters o empresário, que é proprietário de um café do Real Madrid no Dubai.
Os produtos com o emblema alterado vão desde polos a equipamento de natação, mas não incluem réplicas do equipamento de futebol da equipa principal. No Dubai, por exemplo, as camisolas iguais às usadas por Cristiano Ronaldo incluem a cruz de Cristo no símbolo do clube.
A situação não é de todo inédita. Em 2014, os 'merengues' já tinham retirado a cruz de Cristo nos produtos utilizados pelo National Bank of Abu Dhabi, patrocinador da equipa de Madrid.
Em 2008, por exemplo, depois de um jogo da Liga dos Campeões que colocou frente a frente Inter de Milão e Fenerbahçe, e em que a equipa italiana utilizou um equipamento comemorativo do centenário, branco com a cruz desenhada a vermelho, iniciou-se uma grande polémica que acabou com vários clubes com a cruz de Cristo ou a cruz de São Jorge no emblema a serem ameaçados. Foi uma falta de respeito, consideraram os adeptos da equipa turca, na altura.
"Recorda os templários e as cruzadas e é uma explícita manifestação de superioridade racista de uma religião", disse, na altura, um advogado turco, que inclusivamente pediu à UEFA um castigo para o Inter.
Na sequência desse episódio o Barcelona, inclusive, viu-se obrigado a produzir camisolas especiais - numa experiência muito idêntica agora feita pelos seus rivais na La Liga -para serem vendidas nos países islâmicos, onde a tradicional cruz de São Jorge foi substituída por apenas uma linha horizontal.
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