Em comunicado, José Azevedo acusa o conselho de administração (CA) do Centro Hospitalar São João (CHSJ) de “intromissão na greve, coagindo pela ameaça os enfermeiros grevistas”, nomeadamente através da instauração de processos disciplinares.

“Obrigado, conselho de administração, porque com estas assinaturas a garantirem a sua intromissão na greve (…) vão enriquecer de forma, embora ingénua, a lista que estamos a construir para entregar no Ministério Público”, afirma o sindicalista, referindo-se a um documento no qual o CA do CHSJ emite recomendações e orientações para os enfermeiros em greve de zelo.

No documento que o sindicato disponibilizou à agência Lusa, o CA do Centro Hospitalar de São João refere que “os trabalhadores que adiram à citada ‘greve de zelo’ mantêm-se obrigados ao cumprimento de todos os deveres laborais a que se encontram adstritos na prestação da sua atividade” e que “a violação de qualquer um dos deveres laborais pelos enfermeiros terá que ser apreciada casuisticamente e da mesma poderá derivar a instauração de procedimento disciplinar”.

O sindicalista José Azevedo considera que “o CA do CHSJ esqueceu que quem tem competência para definir os pontos a atacar na greve é a entidade que a decreta, pelos quais é responsável civil e criminalmente. Venham daí os processos e nós cá estamos para defender as vítimas desta administração ingénua e mal apoiada juridicamente”.

A agência Lusa contactou o Conselho de Administração do CHSJ, que não quis tecer comentários.