Um grupo de 15 investigadores portugueses, apoiados pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP), a primeira Cátedra Convidada de Inovação em Oncologia, já pediu autorização à Comissão de Ética para avançar com um ensaio clínico a 500 doentes do IPO do Porto, noticia o JN, que vai assentar  na premissa de que o reaproveitamento de fármacos para o tratamento do cancro, conjugados com medicamentos de referência para Oncologia, aumentam a eficácia na destruição de células tumorais.

A investigação tem como base reaproveitar fármacos e estudos ‘nsilico (simulação). O método, em termos de raciocínio, é semelhante ao aplicado a determinados estudos relacionados com a covid-19, mais concretamente aquando dos testes acerca do uso de dexametasona (medicamento corticosteroide) no tratamento de doentes graves (em suporte ventilatório) com infeção por SARS-CoV-2.

De acordo com o JN, a Cátedra, que usufrui também do apoio no OncoPharma, tem Nuno Vale à frente do projeto. O cientista afirma que o efeito do ensaio clínico é “testado em células de cancro de vários tipos”.

"Comparamos um fármaco de referência em Oncologia com um fármaco para outra terapêutica, por exemplo um antiviral, para percebermos o efeito desses fármacos combinados", explica Nuno Vale.

Quais as mais-valias?

"Permite baixar os custos nos estudos clínicos, acelerar o processo e chegar a um maior número de pessoas", sublinha Vale. Acrescenta ainda que o uso combinado de medicamentos “aumenta a eficácia em 60% a 70%”, das mortes tumorais.

Os ensaios clínicos serão financiados pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) e pela Janssen em 330 mil euros.