O produtor de petróleo sul-americano está a virar a página a uma década sob a liderança do economista de esquerda Rafael Correa.
Na corrida estão o sucessor designado por Correa, Lenin Moreno, contra o ex-banqueiro conservador Guillermo Lasso.
Lasso ficou em segundo lugar na primeira volta, em fevereiro, 28% contra os 39% de Moreno.
No entanto, as sondagens dão-lhe agora uma ligeira vantagem na segunda volta, com entre 52,1% e 57,6% dos votos.
Apresentando-se como candidato da mudança, Lasso quer derrubar o legado de Correa.
Entre outras coisas, Lasso ameaça revogar o asilo político dado pelo Equador ao fundador do Wikileaks, Julian Assange, que está refugiado na embaixada equatoriana de Londres desde 2012.
Correa, crítico dos EUA, deixou Assange ficar na embaixada para evitar a sua detenção e extradição para a Suécia, onde é procurado por alegada violação.
As eleições são também um barómetro do clima político na América Latina, região que vive há uma década um domínio da esquerda.
Argentina, Brasil e Peru mudaram para governos de direita nos últimos meses, com a região a afundar-se em recessão económica e os líderes marcados por casos de corrupção.
Impulsionada pelos preços do petróleo, o Equador registou um crescimento económico sólido de 4,4% ao ano nos primeiros oito anos da presidência de Correa, caindo em recessão em meados de 2015.
Correa tem o apoio dos mais pobres, devido aos benefícios sociais que ajudaram a reduzir a pobreza de 36,7% para 23,3% naquele país de 16 milhões de pessoas.
Mas enfrenta acusações de corrupção e de ter desperdiçado os lucros do petróleo.
Lasso, de 61 anos, parece ter ganho o favoritismo ao unir a oposição atrás das suas promessas de pôr fim às políticas em matéria de impostos e despesas e de criar milhões de impostos.
Mas Moreno, de 64, tem tentado chamar para si a palavra ‘mudança': “Teremos uma mudança, sim, mas uma mudança positiva, não uma mudança negativa, uma mudança em direção ao passado”, disse à AFP.
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