Numa conferência de imprensa com o chanceler austríaco Karl Nehammer, o líder turco manifestou ainda a sua preocupação com o alastramento do conflito a todo o Médio Oriente após o ataque terrorista do Hamas, com cerca de mil mortos em Israel, e antecipou que, na sua opinião, a tensão “não vai acabar numa semana ou em 15 dias”.

Islamita conservador, Erdogan criticou o Ocidente por se limitar a olhar para o grupo fundamentalista palestiniano Hamas, que é considerado um grupo terrorista pelos Estados Unidos e pela União Europeia, e por não ser justo ao afirmar que houve muitas baixas humanas de ambos os lados.

“Há anos e anos que se registam estas mortes, a Faixa de Gaza não recebe água, o que se passa com os direitos humanos, o que se passa com a eletricidade, o que se passa com os direitos humanos, o que se passa com os direitos humanos? De acordo com a Declaração Universal dos Direitos Humanos, não se pode cortar a água e a eletricidade”, disse Erdogan.

“Podem imaginar o estado dos hospitais em Gaza neste momento, será que estão a funcionar? Infelizmente, os locais de culto e os hospitais estão a ser atacados sem piedade. Ninguém diz nada sobre isso”, disse o Presidente turco.

Erdogan criticou o envio de porta-aviões norte-americanos para a região, em apoio a Israel e responsabilizou Washington por transformar a região num banho de sangue ao apoiar os terroristas na Síria.

“Os Estados Unidos estão a enviar um porta-aviões para Israel. O que é que estão a fazer aqui? O que é que vêm fazer? Com este porta-aviões, vão começar a massacrar seriamente Gaza”, avisou Erdogan.

Lembrando que os Estados Unidos estão presentes na Síria com 23 bases militares, acusou Washington de ter abatido um drone turco na Síria, apesar de os dois países serem parceiros da NATO.

“Os Estados Unidos criam e treinam todas as organizações terroristas. Seja na Síria, nesta região ou no Médio Oriente, transformam tudo num banho de sangue. Nós também veremos isso”, concluiu Erdogan.