"Esta escolha para o Prémio Novel da Paz é muito acertada no 'timing' histórico porque dá uma força à velha e exemplar questão de banir as armas nucleares do mundo", disse à agência Lusa Pedro Neto.

O Prémio Nobel da Paz foi hoje atribuído à Campanha Internacional para a Abolição das Armas Nucleares (ICAN, na sigla em inglês), uma decisão do Comité Nobel norueguês baseada no trabalho feito para a eliminação de armamento nuclear no mundo.

"Nesta altura em que vivemos uma certa tensão polarizada por dois líderes políticos, Donald Trump [Presidente dos Estados Unidos da América (EUA)] e Kim Jong-Un, [Presidente] da Coreia do Norte, em que os dois trocam 'galhardetes', com ameaças e testes de mísseis balísticos, esta é uma oportunidade histórica para dar um revés a este tipo de narrativa que incita ao medo, ao ódio, que é desestabilizadora", apontou o responsável da Amnistia Internacional Portugal.

Por outro lado, acrescentou, esta escolha "alerta que é preciso paz e um mundo livre de armas nucleares porque, infelizmente, já sabemos" o mal que conseguem fazer a milhões de inocentes civis.

Para Pedro Neto, a atribuição do Nobel da Paz à ICAN também vem colocar "na ordem do dia todo o trabalho que foi desenvolvido pelo Irão, pela União Europeia e pelos Estados Unidos, com a anterior administração, neste trabalho da desnuclearização do mundo".

"Se este Nobel da Paz for a oportunidade para elevar a pressão a estes líderes políticos que insistem no nuclear, esperemos que sim, que seja, e que mudem a sua direção face a esta questão, pelo menos", disse.

A ICAN é uma coligação internacional que reúne centenas de organizações humanitárias, ambientais, direitos humanos, pacifistas e de apoio ao desenvolvimento de cerca de 100 países e está ativamente em campo há dez anos com a bandeira da eliminação das armas nucleares, alertando para as "consequências humanitárias catastróficas" que o seu uso provocará.

O combate ativo da organização já lhe permitiu obter, em julho deste ano, uma importante vitória nas Nações Unidas, quando quase meia centena de países lançou uma petição para a assinatura de um tratado que leve à eliminação das armas nucleares.

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