À semelhança das últimas semanas, algumas centenas de pessoas concentraram-se no cruzamento das ruas Ferraz e Marqués de Urquijo, num dia que terminou sem detenções, feridos ou lançamento de objetos.

Cerca das 22:00 locais (21:00 em Lisboa), agentes da polícia nacional dispersaram os últimos manifestantes e restabeleceram o tráfego na Marqués de Urquijo.

Durante o protesto, os participantes, cerca de 400 segundo a agência noticiosa Efe, entoaram palavras de ordem como “Puigdemont, na prisão”, ou “imprensa espanhola, manipuladora”, mas sem incidentes.

Segundo informou hoje a Delegação do Governo em Madrid, a Polícia Nacional deteve seis pessoas durante a concentração de sábado em frente à sede do PSOE, acusadas de causar desacatos e agredir agentes da polícia.

Dos seis homens, todos maiores de idade, dois foram presos por desacatos e agressão a agente da autoridade; um por desordem pública e os outros três por agressão, resistência e desobediência aos agentes e ameaças.

Na concentração de sábado estiveram cerca de 1.500 pessoas, segundo dados oficiais.

As manifestações, de que se demarca o PP, já acabaram por diversas vezes com distúrbios e cargas policiais e têm também ficado marcadas por símbolos, cânticos e gestos fascistas e da ditadura espanhola de Francisco Franco.

A proposta de lei de amnistia foi entregue no parlamento na segunda-feira passada pelo PSOE e resulta de acordos com dois partidos catalães que em troca viabilizaram, na quinta-feira, um novo Governo de esquerda em Espanha, liderado por Pedro Sánchez, na sequência das eleições legislativas de 23 de julho.

A direita espanhola considera que a amnistia de políticos catalães que protagonizaram a tentativa de autodeterminação da Catalunha em 2017 pode constituir um ataque ao estado de direito e ao princípio da separação de poderes, num alerta que também já fizeram associações de juízes e procuradores.

O PSOE sublinha que a amnistia já foi considerada legal pelo Tribunal Constitucional espanhol em 1986, que já foi aplicada em Espanha em 1976 e 1977 e está também "perfeitamente homologada" nas instâncias europeias e pelo Tribunal Europeu dos Direitos Humanos.

Os socialistas defendem que esta amnistia devolve um conflito político à esfera política e servirá para recuperar a convivência entre catalães e entre a Catalunha e o resto de Espanha depois da fratura de 2017.