“É com muito gosto que, por unanimidade, o júri decidiu atribuir este prémio Eduardo Lourenço 2022 a Valentín Cabero. Um professor que dedicou toda a sua vida não só à academia, mas também um homem do terreno, um homem do território, que muito calcorreou os caminhos da raia espanhola, da raia portuguesa, tantas vezes ele andou aqui por Portugal e pelas nossas regiões, nos Cursos de Verão [do CEI]”, referiu o presidente da Câmara Municipal da Guarda, Sérgio Costa, no final da reunião do júri.
Segundo o autarca, o galardoado, professor catedrático jubilado da Universidade de Salamanca, Espanha, autor de "Iberografias", é “um verdadeiro homem do terreno”: “Ele não se limita a estar simplesmente numa sala de aula. Não, muito antes pelo contrário. É um homem que sai das portas, sai do seu conforto e quer, muitas vezes, aplicar a teoria na prática”.
“Estamos muito satisfeitos com a decisão que foi tomada nestes 18 anos do Prémio Eduardo Lourenço”, afirmou Sérgio Costa.
Por sua vez o vice-reitor da Universidade de Coimbra, Delfim Leão, sublinhou “a grande convergência que existiu” no júri em relação à atribuição do galardão ao geógrafo Valentín Cabero Diéguez.
Sobre o galardoado referiu tratar-se de uma personalidade que sublinhou “intensamente” a “relação da pessoa com o território”: “É alguém que representa o iberismo no seu estado mais puro. Ou seja, representa os próprios valores do CEI”.
Delfim Leão disse, ainda, que o galardoado teve uma carreira brilhante e conhece “muito bem” o território transfronteiriço e “as dificuldades e os desafios que ele representa”.
O Prémio Eduardo Lourenço é atribuído pelo júri constituído pelos membros da direção do CEI: o presidente da Câmara Municipal da Guarda, Sérgio Costa, os vice-reitores das Universidades de Coimbra, Delfim Leão, e de Salamanca, Javíer Benito González, membros das Comissões Científica e Executiva do CEI (António Pedro Pita e Manuel Santos Rosa da Universidade de Coimbra e Pedro Serra e María Isabel Martín Jiménez da Universidade de Salamanca) e pelas personalidades convidadas Ana Paula Arnaut e Lídia Jorge (indicadas pela Universidade de Coimbra) e Enrique Cabero Morán e Raquel Domínguez Fernández (indicados pela Universidade de Salamanca).
O Prémio Eduardo Lourenço destina-se a galardoar “personalidades ou instituições com intervenção relevante no âmbito da cultura, cidadania e cooperação ibéricas” e tem o valor pecuniário de 7.500 euros.
O galardão com o nome do ensaísta Eduardo Lourenço, falecido no dia 01 de dezembro de 2020, com 97 anos, que foi mentor e diretor honorífico do CEI, já distinguiu várias personalidades de relevo de Portugal e de Espanha.
A edição deste ano contou com cerca de dez candidaturas apresentadas por ambos os países.
Receberam o Prémio Eduardo Lourenço a professora catedrática Maria Helena da Rocha Pereira, o jornalista Agustín Remesal, a pianista Maria João Pires, o poeta Ángel Campos Pámpano, o professor catedrático de direito penal Jorge Figueiredo Dias, os escritores César António Molina, Mia Couto, Agustina Bessa Luís, Luís Sepúlveda e Basilio Lousada Castro, o teólogo José María Martín Patino, os professores e investigadores Jerónimo Pizarro, Antonio Sáez Delgado, Carlos Reis e Ángel Marcos de Dios, o jornalista e escritor Fernando Paulouro das Neves e a Fundação José Saramago.
O CEI é uma associação transfronteiriça criada a partir de um desafio lançado pelo ensaísta Eduardo Lourenço (1923 -2020), natural de São Pedro do Rio Seco, no concelho de Almeida, distrito da Guarda, na sessão solene comemorativa do Oitavo Centenário do Foral da Guarda, em 1999.
Surgiu em resultado de uma parceria que envolveu inicialmente a Câmara Municipal da Guarda e as Universidades de Coimbra e de Salamanca (Espanha) e, mais tarde, o Instituto Politécnico da Guarda.
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