Frederico Carvalhão Gil chegou pelas 09:30 ao Campus da Justiça, em Lisboa, acompanhado do advogado, José Preto, que não quiseram falar à imprensa, seguindo diretamente para a sala de audiências.

O arguido é acusado de espionagem, violação de segredo de Estado e corrupção ativa e passiva agravados, juntamente com um funcionário do Serviço Externo da Federação Russa (SVR).

Os dois ter-se-ão encontrado pelo menos três vezes e o português terá vendido informações cobertas por segredo de Estado às quais tinha acesso pelo seu trabalho no SIS.

Segundo o Ministério Público, na posse do oficial do SVR foi encontrado e apreendido um documento manuscrito que lhe havia sido entregue pelo funcionário do SIS, contendo informação que foi considerada protegida pelo segredo de Estado.

Ao funcionário do SIS foram apreendidos diversos documentos e objetos, bem como a quantia de 10 mil euros, verba que lhe havia sido entregue pelo oficial do SVR, como contrapartida das informações que indevidamente tinha recebido, segundo a acusação.

Em relação ao oficial da SVR, o tribunal competente para a decisão de cumprimento do MDE – a Corte Di Appello Di Roma – recusou a entrega do detido às autoridades Portuguesas em 14 de julho de 2016, libertando-o depois, o que lhe permitiu regressar ao seu país, desconhecendo-se o seu atual paradeiro.