“O Indo-Pacífico é atualmente o nosso teatro de operações prioritário”, justificou Austin, citado pela agência espanhola EFE.

A medida enquadra-se num pacto de defesa assinado entre os Estados Unidos e a Papua Nova Guiné em maio, que prevê o acesso das tropas norte-americanas a vários portos e aeroportos do país da Oceânia.

“Parcerias como a nossa são fundamentais para manter esta região vital aberta e livre”, afirmou Austin numa intervenção antes de iniciar um encontro com o primeiro-ministro da Papua Nova-Guiné, James Marape.

“Não vamos perder tempo, um navio da Guarda Costeira dos Estados Unidos estará aqui em agosto para dar início ao programa” e ajudar a “resolver o problema da pesca ilegal”, disse, sem mencionar a China.

O Pacífico Sul ganhou relevância geopolítica desde que as Ilhas Salomão, que em 2019 reverteram as relações diplomáticas com Taiwan em favor da China, assinaram um pacto de segurança com Pequim em 2022.

O acordo prevê o envio de forças chinesas para a região a pedido das Ilhas Salomão.

“Quero deixar claro que não estamos a tentar estabelecer uma base permanente na Papua Nova Guiné”, afirmou Austin, num contexto de tensões crescentes entre Washington e Pequim.

O envio do navio dos Estados Unidos para a Papua Nova Guiné surge no meio de alegações de militarização da região por parte da China.

Austin, o primeiro secretário da Defesa dos Estados Unidos a visitar a Papua Nova Guiné, deverá continuar a viagem na Austrália, onde se juntará ao secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken.

Na sexta-feira, Austin e Blinken vão participar numa cimeira ministerial bilateral com os homólogos em Camberra.

Os Estados Unidos têm reforçado as alianças no Indo-Pacífico com o argumento de querer fazer face ao expansionismo chinês.

Em 2021, Washington assinou um pacto de Defesa com Austrália e Reino Unido, conhecido pelo acrónimo AUKUS formado a partir do nome dos três países, que permitirá a Camberra construir submarinos de propulsão nuclear a partir de tecnologia norte-americana.