Em declarações aos jornalistas, o responsável esclareceu que metade do investimento fica a cargo da Red Bull Internacional e os restantes 50% serão “comparticipados pelas câmaras do Porto e Gaia e do Turismo do Porto e Norte”, com o apoio da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) e do Turismo de Portugal (TP), no âmbito de uma candidatura a fundos comunitários.

O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, assegurou que a candidatura “está aprovada”, notando que o compromisso é que “cada uma das autarquias entre com 225 mil euros” na etapa do campeonato mundial, para além da “parte logística em cada uma das margens” do rio Douro.

“O compromisso é que cada um [dos municípios] entrará com 225 mil euros. O resto é candidatável através Entidade de Turismo do Porto e Norte, da CCDR-N e do TP. A candidatura está aprovada. Para nós era condição ‘sine qua non’ [indispensável]. Por isso é que [o processo] demorou tanto tempo”, afirmou o autarca do Porto.

Moreira falava no âmbito da conferência de imprensa em que foi anunciado que a competição aérea Red Bull Air Race regressa ao Porto e a Gaia a 02 e 03 de setembro, cidades que acolheram o evento durante três anos (entre 2007 e 2009).

De acordo com Melchior Moreira, a prova de 2017 vai ser “o maior evento de fim de semana em termos de retorno mediático, não só na cidade do Porto mas em Portugal”.

O presidente do Turismo do Porto e Norte acredita que o retorno da prova “na economia regional e nacional” vai “claramente ultrapassar o investimento público que vai ser feito”.

“Temos de nos congratular porque as câmaras do Porto e de Gaia, o Turismo do Porto e Norte, a CCDR-N e o TP encontraram um conjunto de meios para oferecer aos portugueses um evento de retorno mundial”, frisou.

Melchior Moreira adiantou que uma universidade do Porto vai ser convidada para “fazer monitorização do retorno financeiro do evento”, que não é “comparável” com o que existiu entre 2007 e 2009, até porque a região registou um “crescimento da promoção turística”.

“Vamos fazer a monitorização do retorno do evento para podermos dizer claramente às entidades públicas que o apoiam que se justifica apostar nos eventos de promoção turística para dar retorno às marcas regionais e à marca Portugal”, acrescentou.

De acordo com o responsável, “encontrar o financiamento necessário” para o evento regressar ao rio Douro levou “um ano de trabalho intenso e árduo”.

O presidente da Câmara de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues, destacou a “verdadeira parceria estratégica” posta em prática para a realização do evento em Portugal.

“O crescimento turístico das nossas cidades não é um dado adquirido. Deve ser acarinhado, alimentado com eventos como este, cujo retorno para a região é absolutamente inquestionável”, afirmou.

Rui Moreira disse ter como “estratégia” a “procura da variedade”, lembrando que, nos últimos anos, o Porto acolheu um campeonato de motonáutica e uma etapa do rali de Portugal.

“Pensamos que seria excelente voltar a ter o Red Bull. É um evento muito importante, com um impacto muito grande na região”, observou.

Em comunicado, a Associação de Comerciantes do Porto (ACP) elogiou o regresso da competição, notando que “o turismo dos eventos é também uma forma de dinamizar a região e potenciar a economia, muito em particular a cidade do Porto”.

De acordo com a ACP, este evento “pode gerar aproximadamente 51 milhões de euros de receita global para a região”, para além do “retorno indireto difícil de contabilizar”.