“A China forneceu apoio diplomático, forneceu apoio político, forneceu apoio económico, repetiu e repetiu a propaganda da Rússia, as suas mentiras, as suas distorções, as suas falsidades, num esforço para proteger a Rússia”, afirmou Ned Price numa conferência de imprensa.

O responsável do Departamento de Estado norte-americano disse que não acredita que o gigante asiático “tenha ficado afastado” do conflito, que esta sexta-feira completa um ano que começou, defendendo que, pelo contrário, “tem dado um apoio significativo à Rússia”.

“Ao longo deste último ano, eles tentaram mostrar ao mundo esse verniz de neutralidade”, mas, acrescentou, “no direito internacional, nenhum país responsável pode ser neutro” num conflito como este.

“A nossa preocupação, é claro, seria se a China desse um passo adiante para fornecer assistência letal à Rússia. Isso não é algo que vimos ainda, mas, ao mesmo tempo, não achamos que eles tenham tirado isso de cima da mesa, por isso continuamos preparados para sancionar qualquer entidade ou empresa em qualquer país do mundo”, afirmou.

Price concordou com o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, que alertou a China na segunda-feira para que se entregasse armas à Rússia, teria “um problema real nas suas relações com muitos outros países, não apenas com os Estados Unidos”.

“Estamos preocupados que a China esteja considerando apoiar o esforço de guerra da Rússia na Ucrânia com ajuda letal, algo que estamos a observar muito, muito de perto”, disse o chefe da diplomacia dos EUA.

No último fim de semana, os aliados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) advertiram formalmente, na Conferência de Segurança de Munique, através de uma carta dirigida a Wang Yi, chefe da política externa da China.

A carta foi-lhe entregue por vários responsáveis políticos ocidentais, incluindo o próprio Blinken.

Na passada terça-feira, Wang manteve um encontro em Moscovo com o Presidente russo, Vladimir Putin, que sublinhou que “a cooperação na arena internacional entre a República Popular da China e a Federação Russa (…) é de grande importância para a estabilidade da situação internacional”.